Uma semana depois da reunião, o deputado Cleiton Kielse (PEN) ainda não foi notificado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para que se pronuncie acerca das acusações feitas no início de julho passado contra os colegas. "Ainda não temos data para notificá-lo. Possivelmente será somente após o dia 10, quando as sessões da Assembleia estarão normalizadas", afirma Michele Borges da Silva, assessora jurídica do gabinete do Deputado Pastor Edson Praczyk (PRB), presidente do Conselho.
Na próxima semana, por causa das comemorações de 7 de setembro, as sessões plenárias na Assembleia serão suspensas. "Queremos notificá-lo quando as sessões estiverem ocorrendo regularmente, para que não pareça que estamos favorecendo o deputado, dando mais tempo para ele se defender", afirma Michele. Assim que for notificado, Kielse terá um prazo de cinco sessões para apresentar defesa ou argumentação que comprove o que falou.
As acusações foram feitas em entrevista à Rádio Band News, no dia 4 de julho, "São deputados comprados pelo pedágio, que venderam a sua alma ao diabo, que estão esperando algum acréscimo de benefício na sua própria vida pessoal para verem novas mortes nas estradas; para comemorarem, talvez, de uma eleição ou outra, não vendo o que estão fazendo contra a economia e as famílias paranaenses", afirmou Kielse na ocasião. Pressionado pelos demais deputados, que se sentiram ofendidos com as declarações, o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), acionou o Conselho de Ética para apurar a denúncia.
Apesar de ainda não ter sido notificado, Kielse afirma que já está trabalhando na defesa. "Mantenho minhas acusações. Eu, pessoalmente, não tenho nada contra um ou outro parlamentar especificamente. Só que temos depósitos em contas de campanha de parlamentares, depósitos vultuosos de sócios e proprietários de concessionárias de pedágio", diz o deputado. "Cada parlamentar faz o que quer, afinal estamos em um estado de direito. Mas eu também tenho direito de contestar que alguém venha a receber de donos de concessionárias. Não acho direito que isso exista e fica muito claro que isso coloca uma dúvida quanto à lisura e à independência desses parlamentares", acusa.
Em 15 de outubro, o deputado Kielse planeja uma mesa redonda para discutir o pedágio no Paraná. A expectativa é receber agentes produtivos de todo o estado e representantes das concessionárias para debater o custo-benefício do serviço.
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