Embora o MP de Londrina entenda que o esquema de corrupção na Receita Estadual tinha abrangência em todo o Paraná, as investigações até agora ficaram concentradas no Norte do estado. Um dos motivos seria o grande volume de material apreendido. Nem todos os documentos e computadores em posse do MP de Londrina passaram por perícia.
Ex-chefe do Fisco em Curitiba arrecadou propina para campanha, diz delator
Em depoimento do MP, Luiz Antônio de Souza conta que o auditor Roberto Pizzato teria sido responsável por arrecadar R$ 2 milhões para a reeleição de Richa
Leia a matéria completaSegundo o delator Luiz Antônio de Souza, as delegacias regionais da Receita em Maringá, Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa arrecadaram, no total, cerca de R$ 1,5 milhão para a campanha eleitoral de 2014 do governador Beto Richa. “O compromisso era de que a própria IGF [Inspetoria Geral de Fiscalização] repassaria diretamente para [Luiz] Abi R$ 300 mil mensais, por cinco meses, que seriam recolhidos pela IGF dessas delegacias”, diz trecho da delação. A delegacia de Curitiba e a de Londrina, ainda segundo o delator, arrecadaram R$ 2 milhões e R$ 800 mil, respectivamente.
Na lista de réus das ações penais já em trâmite, além de Márcio de Albuquerque Lima, outro servidor que ocupava posto importante na Receita Estadual, com atribuições em todo o Paraná, é o auditor fiscal Jaime Nakano, que já foi inspetor-geral de Fiscalização na gestão Jaime Lerner. Nakano, contudo, foi denunciado por fatos que teriam ocorrido em 2011, quando ele estava lotado em Londrina. Sua transferência para Curitiba ocorreu no final daquele ano.
Conforme revelou a Gazeta do Povo no início deste mês, de 2011 até ser preso, em julho deste ano, Nakano integrou o Comitê de Análises Fiscais do programa Paraná Competitivo, foi vice-presidente do Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais (CCRF) – órgão que julga em segunda instância administrativa as questões envolvendo contribuintes e governo do estado – e também foi membro dos conselhos da Paranaprevidência e da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná). Fonte da reportagem sustenta que Nakano é bastante próximo de Abi.
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