A diretoria de informática da Câmara dos Deputados afirmou, em nota, ter disponibilizado acesso a todos os usuários da Casa na diligência feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio.

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O documento é uma resposta a questionamentos feitos nesta quarta-feira (19) pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o procurador-geral Rodrigo Janot classificar de “levianas” as declarações de que a diligência permitiu o acesso a informações de todos os 513 deputados.

“Durante a diligência do Ministério Público Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, foram restaurados e disponibilizados, a partir de cópia de segurança, dados de login (data, hora, máquina) de todos os usuários -deputados, servidores, secretários parlamentares, CNEs, terceirizados e estagiários- da rede de computados da Câmara dos Deputados”, diz a nota.

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O texto destaca que, apesar de ter sido disponibilizado acesso a todos os usuários, “foi realizada uma pesquisa em todos esses dados, para extrair somente os registros dos deputados Eduardo Cunha e Solange Almeida [PMDB-RJ]”.

Cunha reiterou, nesta quarta, ter sido informado por técnicos da Casa que todos os dados foram disponibilizados ao MP. Ao responder ao ofício de Janot, o peemedebista se disse “tranquilo” sobre o caso e completou: “Se ele [Janot] desprezou ou devolveu os dados, ou apenas utilizou os dados que lhe interessava, não significa que, quando fizeram a busca e apreensão aqui, não coletaram todos os dados”.

A nota da diretoria de informática, assinada pelo chefe do setor, Guilherme Brügger D’Amato, traz também detalhes técnicos, que destacam o formato no qual os dados foram gravados.

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O documento finaliza: “O resultado do processamento, que continha apenas os dados solicitados, foi gravado em mídia (CD), observando o devido sigilo. Foram feitas três cópias da mídia, tendo duas sido entregues à equipe de diligência e a outra anexada ao processo administrativo instaurado na Câmara dos Deputados”.

Em maio, a PGR realizou diligência no sistema de informática da Câmara, depois que a Folha revelou que o nome de Cunha aparecia como autor dos arquivos digitais de dois requerimentos da então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Segundo delatores, os requerimentos serviram para achacar o representante de uma empresa que devia o pagamento de propina.

Janot disse no ofício que a busca se limitou a informações técnicas a respeito dos usuários digitais de Cunha e de Solange Almeida. O procurador anexou documentos com o resultado da busca na Câmara.