O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) depõe desde as 15h desta quinta-feira (6) na 20ª Vara da Seção Judiciária do DF.
Arruda está prestando esclarecimentos ao juiz titular da vara Alexandre Vidigal sobre a quebra de sigilo do painel do Senado, em 2001, após a votação da cassação do então senador Luiz Estevão.
Arruda, que na época era líder do PSDB, e o já falecido senador Antonio Carlos Magalhães, do então PFL (atual DEM), renunciaram para não correrem o risco de serem cassados, acusados de violar o painel do Senado para ter acesso aos votos de cada senador.
"Em termos pessoais, é uma experiência muito dura. Em termos políticos, acaba sendo uma experiência rica. Porque político, no Brasil, nunca erra. Nunca vi um político dizer que errou. Então, eu acho que... eu tenho vergonha na cara. Eu não deveria ter olhado a lista. Eu teria mil atenuantes: dizer que muito mais gente viu, dizer que era para um objetivo nobre de o painel não ser modificado, eu poderia falar coisas. Mas o que interessa é que eu errei, que eu não deveria ter olhado. Reconheci o erro e paguei um preço muito alto por isso", disse.
Segundo a assessoria da Seção Judiciária do DF, o depoimento ainda deve durar mais duas horas. Suspeito de comandar um suposto esquema de pagamento de propina no DF, o chamado mensalão do DEM, o ex-governador foi por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo TRE-DF por infidelidade partidária, deixando vago o cargo. Ele foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça no dia 12 de abril, após dois meses preso.
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