A advogada do governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), apresentou carta nesta segunda-feira (22) na qual ele comunica a intenção de não recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) que cassou o seu mandato por infidelidade partidária no dia 16 de março.
Em uma carta de quatro páginas escrita de próprio punho na prisão, Arruda afirma ter seguido o caminho de permanecer fora do governo para ajudar Brasília: "Concluí que posso ajudar mais Brasília, no seu aniversário de 50 anos, com a minha ausência do que com a minha presença".
Arruda agradece o esforço dos advogados, reafirma sua inocência no processo que envolve o mensalão do DEM e faz um longo desabafo. "Não tenho a culpa que querem me imputar", afirma. "Resisti a um inquérito que já ultrapassa 180 dias. Suportei pressões, traições, flagrantes montados, as farsas, as buscas e apreensões, o vazamento de documentos para fomentar o escândalo, o abandono do Democratas e a prisão."
Depressivo
Mais cedo, o médico particular de Arruda, Brasil Caiado, solicitou que uma psiquiatra da Polícia Federal faça uma avaliação do estado do ex-governador. Caiado diz ter achado Arruda em quadro de depressão e, por isso, pediu a análise de uma especialista. Segundo o médico particular de Arruda, a avaliação psiquiátrica deve ser feita ainda nesta segunda-feira (22).
"Achei ele muito diferente da semana passada para cá, desde quinta, sexta e sábado, achei ele com um aprofundamento do quadro depressivo. Por isso, eu solicitei a avaliação da psiquiatra e estou esperando. Acho que ela vem hoje", afirmou Caiado após visitar Arruda esta manhã.
O ex-governador está preso desde o dia 11 de fevereiro, acusado de tentar subornar uma testemunha do caso que ficou conhecido como mensalão do DEM.
O escândalo do mensalão do DEM começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito do STJ, Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.
Explosões em frente ao STF expõem deficiências da inteligência de segurança no Brasil
Barroso liga explosões no STF a atos de bolsonaristas e rechaça perdão pelo 8 de janeiro
Autor de explosões em Brasília anunciou atos nas redes sociais, se despediu e deixou recado à PF
Morte de empresário ligado ao PCC escancara ruptura e suspeitas de corrupção policial em São Paulo