Isolado em uma sala no segundo andar da sede da Polícia Federal em Brasília, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), já foi comunicado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o pedido de habeas corpus apresentado por seus advogados na noite desta quinta-feira (11). O secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga, foi o emissário da notícia de que Arruda não será solto. Fraga não revelou a reação do governador ao saber que teve o pedido de habeas corpus negado pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Com a rejeição do pedido de liminar (decisão provisória) para soltar Arruda, o governador deve passar o feriado de carnaval preso. O STF só retorna aos trabalhos na quarta-feira de cinzas (17), e o habeas-corpus só será analisado naquele dia se for incluído na pauta por Marco Aurélio.
O secretário de Transportes conversou com o governador durante pouco mais de 20 minutos no início da tarde desta sexta-feira (12) na sede da PF. Fraga disse que Arruda, preso desde o início da noite desta quinta, estaria aborrecido por ainda não ter prestado depoimento. "Já há um aborrecimento por parte do governador, porque até agora não houve depoimento, não houve nada", disse Fraga.
A ordem de prisão contra o governador do DF foi emitida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira (11). O motivo da prisão seria a tentativa de suborno a uma das testemunhas do mensalão do DEM de Brasília, o jornalista Edson Sombra, no dia 4 de fevereiro. Antonio Bento da Silva, suposto emissário de Arruda, foi preso ao entregar uma sacola com R$ 200 mil a Sombra.
Segundo o ministro Fernando Gonçalves, presidente do inquérito do mensalão do DEM, a prisão do governador é necessária diante das evidências de que ele teria tentado corromper uma testemunha. Ele argumentou ainda que Arruda deve ser afastado porque a permanência dele no governo atrapalha as investigações.
Fraga disse ainda que a defesa do governador mantém esperança de que o ministro Marco Aurélio reveja a decisão de negar o habeas corpus até às 16h, quando o despacho será anunciado oficialmente.
O aliado do governador não quis revelar detalhes da sala em que Arruda está. Na quinta, a PF informou apenas que não há cama no local, apenas mesa e um sofá. Segundo informações da PF, apenas agentes ligado à segurança têm acesso ao lugar onde ele é mantido. Arruda está sem celular ou qualquer meio de comunicação. Ainda na conversa que teve com o governador, Fraga disse ter feito um relato da reunião ocorrida na Câmara Legislativa do Distrito Federal: "Disse que a base aliada e os deputados precisam dar uma resposta (nesse momento)." Fraga afirmou que os deputados acertaram uma reunião para o final da próxima semana para tratar do tema.
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