Assassinos de franceses tentaram incendiar apartamento

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Os três homens acusados de matar os franceses da ONG Terr'Ativa contaram que pretendiam incendiar o apartamento onde funcionava a organização não-governamental após cometer o crime. Em depoimento na delegacia, eles disseram que chegaram a derramar álcool no imóvel, mas não encontraram fósforo para atear fogo. O crime foi cometido com brutalidade na manhã de quarta-feira e chocou a comunidade francesa. O motivo da barbárie foi um desvio de R$ 80 mil da ONG. Segundo a polícia, o crime foi premeditado. O governador Sérgio Cabral falou sobre o caso em nota oficial do Palácio Guanabara.

Os três acusados - Társio Wilson Ramirez, de 25 anos, Luiz Gonzaga Gonçalves de Oliveira, 27, e José Michel Gonçalves Cardoso, 25 - foram transferidos na manhã desta quarta-feira da 12ª DP (Copacabana) para a Polinter. Eles devem responder a inquérito por triplo homicídio qualificado, por meio cruel, emboscada e promessa de recompensa e tortura. Os crimes podem levar a uma pena de 12 a 30 anos de prisão por cada homicídio.

Os corpos dos três franceses assassinados - Christian Pierre Doupes, de 38 anos; a mulher dele, Delphine Douyère, de 36; e Jérôme Faure, de 42 - permanecem no Instituto Médico Legal. Parentes deles devem chegar da França nesta quarta ou na quinta-feira. Delphine, Christian e Jérôme tinham em comum a paixão pelas causas sociais e, em especial, a das crianças carentes. Társio, o mentor do crime, trabalhava na ONG com eles e tinha sido ajudado pelo grupo quando era menino de rua, aos 15 anos.

De acordo com Marcus Castro, delegado adjunto da 12ª DP, o cofre que Társio roubou da ONG após o assassinato continha apenas R$ 300 reais.

Christian e Delphine tinham um filho de dois anos, que escapou do massacre porque estava com a faxineira no apartamento onde a família morava, no mesmo prédio em que funcionava a ONG. A criança tinha sido levada inicialmente para o Conselho Tutelar da prefeitura na Zona Sul. Um casal amigo dos franceses mortos ficou com a guarda da criança até a chegada da avó, mãe de Dephine, que virá de Paris.