O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu nesta quarta-feira (11) críticas da oposição ao episódio do apagão ocorrido na noite de terça (10) e esta madrugada, que atingiu 18 estados brasileiros.
À imprensa, Garcia afirmou que o ocorrido foi um "acidente" e que espera que a oposição explore o assunto eleitoralmente. "É exatamente o que eu quero. Não quero outra coisa", afirmou.
"Nosso telhado é muito forte e o deles já não é mais de vidro, porque quebrou em grande parte", disse ele, ao se referir ao racionamento de energia de 2001 e aos apagões que ocorreram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Ele insistiu que a imagem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata do PT à Presidência da República não sairá arranhada do episódio.
Nesta quarta, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cobrou mais investimentos do governo federal no setor de energia e pediu explicações.
"Até agora, não há coerência nas explicações. Itaipu diz uma coisa, a ONS diz outra, e o ministério diz uma terceira. E nos estamos sem saber direito o que aconteceu", afirmou. "Quando aparece uma doença em uma pessoa, é preciso um diagnóstico. Essa doença no sistema elétrico precisa ser diagnosticada."
Nesta quarta, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que vai apresentar um requerimento pedindo a presença dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar sobre o blecaute. Na Câmara, Ronaldo Caiado (DEM-GO) também quer a presença do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
'Confiável e seguro'
O ministro das Comunicações, Hélio Costa disse que o sistema elétrico do país "é confiável" e "seguro", mas ressalvou que "pode ser ainda mais". Questionado se achava que o apagão poderia trazer prejuízos eleitorais para o governo, respondeu: "honestamente, não tenho preocupação com isso porque tenho certeza de que, quando acontecem estas coisas, é porque foram provocadas por uma ação estranha que foge ao controle". As declarações de Hélio Costa foram dadas depois de ele participar de almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Itamaraty. "Eu conversei com uma autoridade do Ministério de Minas e Energia e eles estão muito convencidos de que se deve a uma situação climática, uma combinação de ventos fortes e chuvas", disse.
O ministro acrescentou, no entanto, que "o que precisa ficar muito claro é o que causou isso, porque, se foi realmente uma coisa relacionada com o tempo, é uma coisa perfeitamente justificável".
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