Um assessor parlamentar do deputado estadual Gilberto Ribeiro (PSB) se apresentou à polícia e afirmou, em depoimento, que dirigia a caminhonete S-10 no instante do acidente que deixou um adolescente ferido. Mesmo com a "confissão", a polícia aponta que o deputado vai responder por lesão corporal culposa [quando não há intenção de cometer o delito] e por omissão de socorro. O atropelamento ocorreu em Piraquara, região metropolitana.
Christopher Douglas Kachel, que integra a equipe de assessores de Ribeiro, foi ouvido pela polícia no fim da tarde de terça-feira (15). Ele relatou que voltava com o deputado de uma chácara, situada na cidade de Quatro Barras, região metropolitana, quando o acidente ocorreu. Em depoimento, Kachel afirma que não percebeu que atropelou o adolescente.
O assessor parlamentar relatou que Ribeiro estava deitado no banco de passageiro, que estava reclinado. Kachel disse a polícia, após o acidente, que ficou dentro da caminhonete, enquanto o deputado saiu do veículo para verificar o tinha ocorrido. O assessor afirma que Ribeiro telefonou para a Polícia Militar (PM) e para o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência (Siate) e que o parlamentar decidiu deixar o local em função da aglomeração que se formava na rua.
Segundo o superintendente da delegacia de Piraquara, Marco Aurélio Furtado, apesar do depoimento do assessor, Gilberto Ribeiro vai responder pelos crimes. "Ele [o deputado] já foi indiciado por lesão corporal culposa e por omissão de socorro. Com a confissão, o assessor dele também vai responder pelo fato", disse.
Quatro testemunhas ouvidas pela polícia na segunda-feira (14) apontaram que o próprio deputado é quem dirigia a caminhonete e que ele aparentava estar sob o efeito de álcool. Seis pessoas que prestaram depoimento na terça-feira (15) reconheceram que Gilberto Ribeiro estava no local do crime, no entanto, não souberam apontar se era o parlamentar que estava ao volante. Um homem que chegou a afirmar que havia filmado o deputado na direção da S-10 instantes depois do atropelamento voltou atrás e negou ter a gravação.
A polícia ainda pretende ouvir o próprio deputado e os policiais militar que atenderam a ocorrência. "O depoimento dos policiais será primordial para descobrirmos quem realmente dirigia a caminhonete", avaliou Furtado.