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Os ataques criminosos contra São Paulo têm criado mais rivalidade dentro dos presídios. Mesmo integrantes da facção responsável pela onda de crimes têm se revoltado com a 'publicidade' que certos chefes de quadrilha ganharam com os atentados. Outros grupos de presos, segundo a Secretaria da Segurança Pública, agora estão se dizendo arrependidos de ter participado do movimento em razão da piora na situação dos presídios.

Segundo agentes penitenciários de diversas unidades, detentos que já atuaram no comando das ações criaram um "grupo de oposição" e tiveram de ser colocados em separado dos ex-colegas para evitar conflitos. Os agentes ouvidos pela reportagem afirmam que presidiários insatisfeitos com a "falta de publicidade" em torno de seus nomes têm jurado de morte líderes da facção que age no estado.

- Um grupo de presos começou a articular a morte de familiares dos integrantes da facção porque seus próprios familiares dizem que eles não 'estão aparecendo' - contou um agente penitenciário que há cinco anos trabalha no presídio de Presidente Bernardes (a 598 km da Capital), complexo considerado de segurança máxima, para onde foi levado Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, tido como o líder máximo da organização.

Os presos que teriam deixado de agir sob o comando da facção criminosa foram transferidos para outros pontos dos presídios e, segundo os agentes, alguns até mesmo destituíram seus advogados porque os defensores tratavam dos chefes da quadrilha que, agora, se tornaram seus rivais.

O plano do grupo dissidente de matar líderes da facção teria sido interceptado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Nas conversas, um dos presos teria pedido a pessoa para aproveitar a onda de ataques e matar um dos irmãos de Orlando Mota Júnior, o Macarrão, um dos principais chefes da organização comandada por Marcola. Macarrão está preso em Presidente Venceslau.

Já a Secretaria da Segurança pública informou que escutas telefônicas de ligações feitas dentro dos presídios apontam que há presos arrependidos de fazer parte do grupo criminoso depois dos ataques. Eles teriam feito desabafos a companheiros e familiares, dizendo que, com as rebeliões, sua situação pessoal havia piorado devido à suspensão de visitas e à destruição de diversos presídios, fazendo com que os detentos tenham de dividir espaços ainda menores nas prisões superlotadas. Seus familiares também estariam com medo de sofrer represálias.

A separação dos detentos é uma medida antiga nas prisões, na qual membros de fações rivais são divididos. São Paulo já chegou a ter mais de doze facções diferentes, que foram sufocadas pela facção responsável pelos ataques.

As principais facções são divididas até em pavilhões diferentes. Internamente, um dos mais tensos problemas das rebeliões ocorre quando presos, ao destruir celas, juntam-se no pátio comum e acabam guerreando entre si.

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