Peemedebistas batem boca em plenário
A entrevista do presidente Lula à Gazeta do Povo citando como candidatos preferenciais ao governo do estado Osmar Dias e os ministros Paulo Bernardo e Reinhold Stephanes provocou novos atritos na base aliada do governo estadual. Deputados do PMDB chegaram a bater boca na sessão de ontem da Assembleia Legislativa.
Stephanes Junior não gostou de ver lideranças do partido afirmando que seu pai não representa o PMDB no estado. O principal alvo foi o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).
Stephanes chegou a levantar suspeitas sobre a gestão de Romanelli na Cohapar, mas sem revelar detalhes. Chamou o deputado de "moleque" porque teria pedido vistas a quatro projetos de sua autoria.
O líder do governo rebateu as críticas e reafirmou que Stephanes não é interlocutor do partido. Aproveitou a brecha para reprovar a postura de Lula porque o presidente teria sina-lizado que busca aliança com Osmar, "atropelando um processo de discussão do PMDB no Paraná", que trabalha pela candidatura própria ao governo com apoio do presidente.
Para tentar minimizar a polêmica, o líder do PT, Péricles Melo, tentou justificar a fala de Lula publicada no domingo, em entrevista exclusiva pela Gazeta do Povo.
O petista pediu calma aos peemedebistas e argumentou que Lula, ao citar Osmar Dias, respondeu como "magistrado" por ser aliado do PDT. "Mas a nossa aliança preferencial é com o PMDB", assegurou.
Kátia Chagas
Presidente nega que pacote seja "eleitoreiro"
O presidente Lula demonstrou irritação ontem ao defender-se das acusações de que o "pacote de bondades" apresentado durante o primeiro dia do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas seria uma maneira de beneficiar eleitoralmente a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata do PT à sucessão presidencial de 2010. Além disso, prometeu trabalhar para que os municípios consigam firmar convênios com a União com mais rapidez.
Brasília - O presidente Lula perguntou ontem ao prefeito Beto Richa (PSDB) se ele será candidato a governador do Paraná em 2010. Os dois se encontraram pela primeira vez em uma audiência reservada no Palácio do Planalto e conversaram sobre política, crise financeira mundial e o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também participou da reunião.
"Até ele (Lula)! Não aguento mais responder a essa pergunta", disse o tucano, em tom de brincadeira, ao deixar o gabinete presidencial. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo no domingo, Lula disse que visualiza três nomes de partidos da base do governo como possíveis candidatos além de Paulo Bernardo, o senador Osmar Dias (PDT) e o ministro Reinhold Stephanes (PMDB).
De acordo com o prefeito, apesar da divergência partidária o presidente afirmou que essa era uma situação normal. "Ele (Lula) disse que é natural que um prefeito reeleito que esteja bem avaliado seja chamado pela população para mais uma eleição."
Segundo Paulo Bernardo, Lula declarou que Richa está com "cara" de candidato. "Falei para o presidente o que eu digo sempre: sou muito cauteloso, não tenho pressa. Acabei de ser reeleito, então evito falar sobre esse assunto porque acho que é até um desrespeito com as pessoas que me elegeram", disse Richa.
Além disso, o prefeito falou que o senador Alvaro Dias já havia se posicionado como candidato do PSDB. Alvaro, na análise de Lula, teria mais opositores e menos chance de se viabilizar do que Richa.
Ministro e prefeito disseram que a audiência foi marcada pela descontração. O diálogo entre Richa e Lula começou com uma troca de afagos pela vitória com 78% dos votos na disputa municipal curitibana (contra 18% de Gleisi Hoffmann, esposa de Paulo Bernardo) e pela popularidade do presidente, que chegou a 84% de aprovação na semana passada. "Era Beto pra lá, Beto pra cá... Ele fez de tudo para me deixar à vontade. Fiquei impressionado com o carisma e a simplicidade do presidente", afirmou o prefeito.
Ao contrário do que se imaginava, Richa não conversou sobre as obras do metrô. O presidente demonstrou preocupação com o andamento do PAC no estado. Só na capital, o programa prevê investimentos de R$ 180 milhões em obras de habitação em parceria com a Companhia Habitacional de Curitiba.
"O presidente queria saber principalmente das obras na favela Audi/União, que chama muito a atenção de quem chega na cidade vindo do aeroporto", disse Paulo Bernardo. Richa informou que todos os empreendimentos estão com a execução dentro do prazo e pediu mais recursos para o setor. De acordo com ele, Curitiba é proporcionalmente a cidade com maior número de beneficiados com o Programa de Arrendamento Residencial, da Caixa Econômica Federal.
Lula também quis receber um diagnóstico dos efeitos da crise financeira mundial em Curitiba. Perguntou sobre como as grandes montadores instaladas na região metropolitana (Renault e Volkswagen/Audi) estavam reagindo à situação. Richa informou que ocorreram 1,5 mil demissões no setor após o agravamento da crise e que se impressionou com o diagnóstico feito pelo presidente de que a situação deve melhorar a partir do segundo semestre de 2009. "Pensei que ia mais longe."
Ao final da audiência, que durou 25 minutos, Richa convidou o presidente a visitar Curitiba. O presidente prometeu se empenhar para visitar a cidade em alguma inauguração de obra habitacional do PAC. A tendência é que isso ocorra em março.
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