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| Foto: Adonis Guerra/SMABC

Movimentos a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem reunir entre 100 mil e 150 mil pessoas na Avenida Paulista, região central de São Paulo, nesta sexta-feira (18). Líderes de movimentos sociais e centrais sindicais se encontraram com o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, na tarde desta quinta-feira para cobrar do estado que os manifestantes que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff sejam retirados da avenida.

Frente Brasil Popular marca ato em apoio a Dilma amanhã em Brasília

Estadão Conteúdo

O grupo Frente Brasil Popular convocou uma nova manifestação para esta sexta, em Brasília, em apoio ao governo Dilma Rousseff. Segundo o convite distribuído nas redes sociais, será um “ato em defesa da democracia, contra o golpe e por mudanças na política econômica”.

A concentração será às 17h em frente ao Museu Nacional da República, um dos primeiros prédios da Esplanada dos Ministérios, distante cerca de dois quilômetros do Congresso Nacional. No Facebook, até as 18h50 desta quinta, 17, 2,2 mil pessoas confirmaram presença e 1 mil declararam ter interesse no evento.

“A democracia, as conquistas sociais e os direitos históricos estão ameaçados, diante da ofensiva dos setores golpistas e das forças neoliberais”, diz uma nota publicada no evento criado no Facebook para convocar os manifestantes. “Vamos às ruas contra o golpe articulado pela grande mídia, setores do Poder Judiciário e do Congresso Nacional. Defendemos mudanças na política econômica e o programa eleito nas urnas para fortalecer a resistência popular.”

Centrais sindicais e movimentos sociais marcaram mobilizações em outras 46 cidades do Brasil para esta sexta-feira. Previsto inicialmente para ser uma passeata, o ato a favor de Lula e Dilma deve ficar parado na Avenida Paulista. Está prevista a participação de Lula no palco principal do protesto. O governo do estado de São Paulo ainda não informou se terá um esquema especial de segurança para o ex-presidente. Segundo o secretário Moraes, o efetivo policial será o mesmo do último domingo: 12 bases móveis, bolsões de seguranças táticos e PMs espalhados no Metrô.

“O secretário se comprometeu a colocar o mesmo efetivo policial que colocou no domingo. Cobramos o mesmo tipo de postura. E cobramos a desobstrução da paulista amanhã”, afirma o presidente do Diretório Estadual do PT, Emídio de Souza.

A reunião dos movimentos populares com a Secretaria Estadual de Segurança Pública expôs a diferença de tratamento dado a diferentes movimentos que protestam nas ruas. Grupos a favor do impeachment estão bloqueando o trânsito na Avenida Paulista em diferentes trechos pelo menos desde as 20h desta quarta-feira. Em janeiro, jovens do Movimento Passe Livre (MPL) foram impedidos de fazer um protesto na esquina das rua da Consolação e Avenida Paulista e no Parque Dom Pedro II porque não haviam divulgado previamente o trajeto do ato.

Para desobstruir a rua e o terminal de ônibus, a Polícia Militar utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha. O secretário Moraes desconversou ao ser questionado sobre a diferença no tratamento na manhã desta quinta-feira: “Todas as manifestações devem ser previamente comunicadas. Quando a negociação se iniciou chegou a informação de que haveria uma manifestação às 11h do Movimento Brasil Livre. Isso não se confirmou mesmo sendo comunicado duas horas antes, o que não é o tempo necessário para organização. Mas como o Passe Livre comunicou nas últimas manifestações uma hora antes, então nós aguardamos”.

SEM PROVOCAÇÕES

Emídio disse que a militância será instruída a não entrar nas provocações e afirmou que a divulgação de conversa entre Lula e Dilma vai animar os manifestantes: “Muda que está aumentando a nossa mobilização. Porque a indignação é geral. O ato de vazamento da conversa entre a presidente e o ex presidente foi um ato criminoso, que não tem amparo legal e que é uma agressão à Constituição. Esse tipo de atitude é inconcebível. Todos têm que respeitar as regras”.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou agressões sofridas por pessoas que seriam simpatizantes do PT nos protestos a favor do impeachment: “Essa é a nossa resposta: não vamos permitir a violência e o ódio. Nossos movimentos têm endereço, CNPJ, tudo definido. As pessoas sabem onde podem nos encontrar diferente desses movimentos fascistas que não tem nenhum respeito pelo poder público. Hoje de manhã expulsaram e xingaram o secretario de segurança”.

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