Um ato de desagravo ao caseiro Francenildo dos Santos Costa, responsável direto pela demissão do ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, se transformou no começo da tarde desta quinta-feira, na sede da OAB-SP, em grande manifestação de oposição ao governo federal, na qual foi até pedido o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Promovido pelo movimento "Da Indignação à Ação", coordenado pelo jurista Miguel Reale Júnior, o ato teve a participação de juristas e parlamentares, entre os quais o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), que defendeu o impedimento de Lula.
Para o deputado tucano, além da quebra do sigilo ser considerada fato gravíssimo há indícios que foi feita no Palácio do Planalto, onde o então ministro Palocci ficou 15 dias. Por isso, segundo ele, não como o governo e o presidente alegarem desconhecimento do fato. A violação do segredo de Francenildo é uma peça, para Rafael Guerra, que pode levar ao impeachment.
- Eu acho que, vamos dizer, entornou o caldo. É um Watergate muito mais grave. Um Watergate que derrubou lá o presidente dos Estados Unidos há mais tempo, mas isso aqui é muito mais grave. Houve lá invasão de privacidade. Aqui houve invasão de privacidade, quebra de sigilo e divulgação do sigilo. É um desrespeito total às leis e à Constituição - disse Guerra.
De acordo com o jurista Miguel Reale Jr., o passo que está sendo dado para que se possa chegar ao impedimento é a formação de uma comissão de juristas e parlamentares para acompanhar as investigações
- Nós vamos esperar que essa comissão que está sendo constituída levante todos os dados para que, depois, haja a promoção efetiva desse pedido. Não vamos fazer o pedido açodadamente, mas vamos fazer o pedido quando houver elementos de provas. Sem dúvida nenhuma, se o presidente da República participou da quebra do sigilo isso é crime de responsabilidade. Não há dúvida alguma - afirmou Reale Jr.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que participou do ato em São Paulo, e pagou uma das duas passagens, de Francenildo e de seu advogado, Wlício Chaveiro Nascimento (a segunda foi paga por advogados e juristas paulistas), também acredita que há possibilidade de ser pedido o impeachment, já que o caso é mais grave do que o famoso Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, dos EUA.
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