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Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem governadores de Estado compareceram hoje ao ato em defesa da reforma política realizado na Câmara dos Deputados. Com essas ausências, o evento acabou esvaziado. Apesar dos apelos do deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política, o texto com as propostas de mudanças no sistema eleitoral não deverá ser votado na quarta-feira (5) na Comissão Especial.

"Não vota nada", decretou o deputado Almeida Lima (PMDB-SE), presidente da Comissão Especial da Reforma Política, que também não apareceu ao ato organizado por Fontana. Sem consenso, a reforma proposta pelo petista foi criticada pelos presidentes de partido que estiveram no evento.

"Só fui lá (no ato) porque o Fontana me pediu e eu havia prometido", contou o presidente interino do PMDB, Valdir Raupp (RO), que chegou ao final do evento e fez críticas à reforma de Fontana. Assim como os partidos aliados, a oposição também é contra a proposta do petista.

"O relatório dele (Fontana) é confuso e excessivamente original", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos integrantes da Comissão Especial.

Mais cedo, antes do encontro, Fontana se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, na expectativa de conseguir apoio do PMDB a sua proposta. Os peemedebistas permanecem, no entanto, divididos em relação à reforma do petista. Parte deles não concorda com o financiamento público de campanha, um dos pilares da proposta de Fontana.

A maioria também não quer a instituição do sistema de votação proporcional misto previsto na proposta. O eleitor vota diretamente em um candidato para preencher metade das vagas para a Câmara dos Deputados, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores. Na outra metade, o eleitor vota em uma lista previamente ordenada de candidatos, definida por cada partido. "Essa história de voto em lista não passa", disse Raupp.

Além do PMDB, representantes do PSB, do PC do B, do PV, do PSOL, do PDT e do PT compareceram ao ato em favor da reforma política. Mas, à exceção do presidente do PT, Rui Falcão, os demais dirigentes partidários criticaram a proposta de Henrique Fontana. O texto de Fontana prevê o financiamento público de campanha, com a criação de um fundo. O Fundo de Financiamento de Campanhas Eleitorais (FFCE) será constituído com recursos governamentais e por doações de empresas privadas e de pessoas físicas.

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