A audiência do traficante Fernandinho Beira-Mar que seria feita nesta terça-feira (6) foi suspensa. Os advogados de defesa do traficante pediram dez dias para arrolar testemunhas, argumentando que foram pegos de surpresa.
Segundo o delegado da Polícia Federal que faz a custódia de Beira-Mar, Victor Carvalho, o traficante está na sede da PF, na Praça Mauá, Centro do Rio, e vai pernoitar lá mesmo. Na terça-feira, ele de voltar para o presídio de Catanduvas, interior do Paraná.
O traficante veio ao Rio para acompanhar a audiência no processo em que responde por lavagem de dinheiro, crimes financeiros e tráfico de drogas junto com o seu advogado, Paulo Roberto Cuzzuol. Em 2004, Cuzzuol e a mulher foram presos na Via Dutra com R$ 320 mil. As investigações revelaram que o dinheiro seria usado para comprar armas e drogas, no Paraguai, para a quadrilha de Beira-Mar.
Nesta segunda, Beira-Mar não foi interrogado e nem prestou nenhuma informação à Justiça. Apenas ouviu as testemunhas de acusação do processo em que ele é réu. Na terça-feira (6), seria a vez da defesa. A juíza titular da 5ª Vara é Simone Schreiber.
Chegada
Beira-Mar chegou ao Rio de Janeiro por volta de 11h30 desta segunda-feira. Um esquema forte de policiamento foi montado para acompanhar o traficante. Policiais federais entraram na pista de aterrissagem do Santos Dumont, no Centro, para buscar o traficante. Ele foi ainda escoltado por 25 agentes e cinco carros.
O traficante estava na carceragem da Polícia Federal em Vila Velha, no Espírito Santo, e foi acompanhado até o aeroporto de Vitória por um grupo de batedores da Guarda Municipal.
Ele viajou num avião da Força Aérea Brasileira que chegou com uma hora de atraso, às 11h30. O desembarque foi pelo Santos Dumont, já que esse é o aeroporto mais próximo da Justiça Federal. Por economia, um outro preso do Espírito Santo também veio no mesmo avião.
Penitenciária de Segurança Máxima
A Penitenciária de Segurança Máxima de Catanduvas, no interior do Paraná, possui um aparelho de vídeo-conferência que permite aos detentos participar de audiências sem a necessidade de deixar a prisão. Mesmo assim, o Supremo Tribunal Federal garantiu a Beira-Mar o direito de estar presente em todas as etapas dos processos que o envolvem, inclusive a tomada de depoimentos de outras testemunhas.
Beira-Mar é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina e foi o primeiro preso a ser transferido para o presídio federal de Catanduvas. Ele foi preso em 2001, na Colômbia, onde estava foragido sob a proteção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Desde que foi preso, há quase seis anos, Beira-Mar já viajou 14 vezes, num custo de quase R$ 200 mil aos cofres públicos. Esta viagem ao Rio, de Catanduva, teria custado R$ 17 mil.
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