Para vereador de SP, denúncia feita por fiscal é "incoerente"

O vereador Aurélio Miguel (PR) negou ter recebido dinheiro para campanha do auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe de um esquema de cobrança de propinas para liberação de imóveis em São Paulo.

Por meio de nota, ele disse que sua relação com Ronilson se deu "apenas e exclusivamente no âmbito institucional, na condição de vereador membro da Comissão de Finanças e Orçamento". De acordo com o vereador, a suposta ligação é "incoerente".

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O auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos disse em depoimento ao Ministério Público que o vereador de São Paulo Aurélio Miguel (PR) recebeu dinheiro para sua campanha eleitoral.

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Segundo o servidor, suspeito de integrar o grupo que pode ter desviado pelo menos R$ 500 milhões do ISS da prefeitura de São Paulo, o vereador recebia dinheiro de Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe do esquema. Barcellos prestou o testemunho para a Promotoria em delação premiada.

"Barcellos disse que em determinada data que conversou com o Ronilson e ele disse que tinha que trocar o número do celular porque havia muitas ligações do Aurélio Miguel [vereador]. Barcellos perguntou por qual razão tinha essa quantidade de ligações e o Ronilson teria falado que dava dinheiro para o Aurélio Miguel", disse o promotor Roberto Bodini.

Apesar do depoimento de Barcellos, o promotor disse não pretende chamar Aurélio Miguel para prestar esclarecimentos, pois, segundo ele, não há indícios de sua participação com o caso de cobrança de propina para redução do ISS para grandes empreendimentos na cidade.

Por meio de nota, Aurélio Miguel disse que sua relação com Ronilson "se dá apenas e exclusivamente no âmbito institucional, na condição de vereador membro da Comissão de Finanças e Orçamento".

Segundo o vereador, "é incoerente tentarem apontar ligações escusas entre o vereador Aurélio Miguel e o funcionário público citado visto que em 2010, Aurélio representou a gestão Kassab e suas Secretarias de Habitação e Finanças ao Ministério Público Estadual por conta da falta de apuração quanto às irregularidades apontadas na CPI do IPTU no ano anterior".

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Ex-secretário

O promotor Bodini também disse, hoje, que o ex-secretário de Governo Antônio Donato deve ser ouvido pelo Ministério Público sobre o caso ISS. Segundo o promotor, não há uma data para que o ex-secretário seja intimado para prestar seu testemunho sobre o escândalo.

"Existe uma coincidência entre a data em que ele recebeu [o dinheiro] e o funcionamento do esquema [na prefeitura]". Donato foi acusado de ter recebido R$ 20 mil por mês do grupo de auditores para sua campanha eleitoral em 2008.

O dinheiro seria um "investimento futuro", já que havia a possibilidade de o PT vencer as eleições à prefeitura, o que acabou ocorrendo. O grupo de fiscais pretendia manter cargos na prefeitura.