Os vereadores da bancada de oposição da Câmara Municipal de Curitiba anunciaram nesta terça-feira (9) que estão se mobilizando para reunir as assinaturas necessárias para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Ele é suspeito de favorecer a esposa em uma licitação milionária de serviços de publicidade. Para a abertura da CPI é necessário que 13 dos 38 vereadores assinem o pedido. Até esta terça-feira, a comissão teria o apoio dos cinco vereadores que compõem a bancada de oposição - Algaci Tulio (PMDB), Pedro Paulo (PT), Jonny Stica (PT), professora Josete (PT), Noemia Rocha (PMDB) - e dos dois parlamentares do Partido Verde (PV), Aladim Luciano e Paulo Salamuni.
O vereador Tito Zeglin (PDT) afirmou que o partido "vê com bons olhos" a abertura da CPI. No entanto, a três vereadores que integram a legenda ainda não decidiram se vão assinar o pedido. Os parlamentares devem começar a coleta de assinaturas nesta quarta-feira (10).
A vereadora Renata Bueno (PPS) já havia protocolado outros pedidos de investigação contra Derosso.
Nova denúncia
Uma nova denúncia contra o presidente da Câmara foi apresentada nesta terça-feira (9). Uma cunhada do vereador foi nomeada para trabalhar na Câmara, sem passar por concurso público, entre os meses de janeiro e abril de 2011. De acordo com informações obtidas no Diário Oficial de Curitiba, Renata Queiroz Gonçalves dos Santos exerceu duas funções comissionadas: a de assistente técnico parlamentar II e de consultora. As informações foram divulgadas pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR).
Renata é irmã de Cláudia Queiroz Guedes, esposa de Derosso e dona de uma agência de comunicação, que venceu uma licitação para prestar serviços para a Câmara. A primeira nomeação de Renata dos Santos era para o cargo de assistente técnico parlamentar II (CC-7), cuja remuneração seria equivalente a um salário bruto de R$ 2,8 mil. Em seguida, ela foi transferida para o cargo de consultora (CC-5), cuja remuneração bruta é de R$ 4,7 mil. Ela foi exonerada em abril deste ano.
Depoimento
O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba marcou data para ouvir as explicações do presidente da Casa sobre as denúncias envolvendo irregularidades na licitação de R$ 30 milhões para serviços de publicidade da Casa e a contratação de supostos funcionários fantasmas da Assembleia do Paraná pelo Legislativo municipal. A reunião será no dia 18 de agosto.
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