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O túnel Ayrton Senna, uma das obras que teria sido alvo de desvios | Alexandre Giesbrecht/Wikimedia Commons
O túnel Ayrton Senna, uma das obras que teria sido alvo de desvios| Foto: Alexandre Giesbrecht/Wikimedia Commons

Dois bancos estrangeiros transferiram para o Brasil nesta semana o equivalente R$ 81,5 milhões a título de indenização por ajudar a lavar dinheiro desviado pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PP) de obras viárias na cidade de São Paulo - o que ele nega.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) em entrevista coletiva com membros do Ministério Público do Estado e o prefeito Fernando Haddad (PT).

O dinheiro será reservado para a compra do terreno do futuro Parque Augusta, na região central e para a construção de cerca de 20 creches.

Os bancos Citibank e UBS se comprometeram a pagar, respectivamente, US$ 15 milhões e US$ 10 milhões - 90% do valor será transferido aos cofres municipais.

No ano passado, o Deutsche Bank transferiu o equivalente a US$ 20 milhões. Com isso, total já pago em acordos já soma US$ 45 milhões.

Os recursos haviam sido desviados durante a construção do túnel Ayrton Senna e da avenida Água Espraiada (atual Roberto Marinho), ambos na zona sul de São Paulo, segundo o Ministério Público.

De acordo com o promotor Silvio Marques, do patrimônio público, já chegaram a ser bloqueados US$ 340 milhões de empresas ligada à Maluf usadas para lavar o dinheiro desviado. As ações de repatriamento ainda estão em andamento.

O prefeito Haddad afirmou que ainda negocia com as construtoras Cyrela e Setin para a compra do terreno por R$ 40 milhões. “Estamos querendo evitar judicializados que podem se estender por anos”, afirmou Haddad.

Caso sejam condenadas em ação movida pelo Ministério Público, ambas as construtoras podem pagar até R$ 400 milhões em indenizações pela prática de irregularidades, como o fato de terem cercado o terreno.

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