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Em viagem a Paris, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, descartou nesta sexta-feira (24/01) a possibilidade de deixar a corte para disputar a Presidência da República ou uma cadeira no Senado em 2014.

Em conversas reservadas, autoridades da França, como a ministra Christiane Taubira (Justiça), com quem ele se encontrou anteontem, inquiriram Barbosa sobre a possibilidade da disputa presidencial deste ano. O ministro negou a pretensão eleitoral em 2014.

"Taubira e outros falaram nisso. Não tenho pesquisa nenhuma. Eu não sou candidato, não estou preocupado com isso. Aliás, estou me divertindo com isso", disse Barbosa, após proferir uma conferência no Conselho Constitucional da França.

Em um dos cenários eleitorais pesquisados pelo instituto Datafolha no final de novembro, o presidente do Supremo figura em segundo lugar com 15% das intenções de votos atrás da presidente Dilma Rousseff (44%) e tecnicamente empatado com o senador tucano Aécio Neves (14%). A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Viagem

O presidente do STF foi alvo de críticas nessa semana por ter recebido R$ 14 mil em diárias para viajar à Europa durante as férias.

Anteontem, Barbosa disse que considera "uma grande bobagem" as críticas e que seus compromissos em Paris e Londres são de interesse público porque ele está representando o Poder Judiciário no exterior. Segundo o STF, o presidente interrompeu o descanso para cumprir compromissos oficiais na Europa.

"Eu acho isso uma tremenda bobagem. Nós temos coisas muito mais importantes a tratar. É uma coisa muito pequena. Veja bem, você viaja para representar o seu país, para falar sobre as instituições do Brasil e vocês estão discutindo diárias?", disse Barbosa.

Mensalão

Barbosa também criticou os colegas do STF que assumiram o comando da corte durante suas férias por terem dado "um mês a mais de liberdade" ao ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no esquema do mensalão.

O tom de Barbosa foi de crítica aos colegas Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski que assumiram a presidência interinamente em janeiro e não assinaram o mandado de prisão do petista.

Conforme publicado na Folha de S.Paulo na quarta, o ministro Ricardo Lewandowski disse que não decretará as prisões de João Paulo Cunha (PT) e Roberto Jefferson (PTB) até o próximo dia 31, porque Barbosa e a ministra Cármen Lúcia, que também comandou a corte neste mês, não consideraram o tema urgente.

Os recursos apresentados pela defesa do deputado foram rejeitados por Barbosa no dia 6 de janeiro, horas antes do magistrado deixar o Brasil em férias.

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