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Relator do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa rebateu nesta quarta-feira (5) o revisor do caso, Ricardo Lewandowski, e afirmou que não é possível acreditar que a ex-diretora do Banco Rural Ayanna Tenório agiu com "candura". No início da sessão, Lewandowski divergiu de Barbosa e votou pela absolvição de Ayanna e do vice-presidente da instituição Vinícius Samarane da acusação de crime de gestão fraudulenta.

O revisor disse que não há provas contra eles e que são apenas funcionários sem poder decisório para conceder e renovar empréstimos. Barbosa reagiu e, referindo-se ao termo utilizado pelo colega para inocentar a ex-diretora, disse que ela não era inocente.

"Ela assinou sim a renovação de mútuos apesar da assistência do dossiê dos empréstimos e pareceres da área técnica alertando para o risco elevadíssimo da concessão da operação. A pessoa que é vice-presidente assina um contrato nessas condições é evidente que não podemos considerar com candura uma pessoa assim.""Me parece evidente. Ela disse que não tinha conhecimento técnico. A área técnica disse não assine e ela fez o contrário", completou.

O relator disse que ela foi contratada pela cúpula do banco e comandava as áreas de planejamento, orçamento e jurídica do banco. Sobre Samarane, Barbosa disse que o grau de responsabilidade e culpabilidade era menor, mas ele tinha influência porque era subordinado a Ayanna.

No voto, Lewandowski disse que Ayanna "era uma simples empregada, não tinha nenhum poder decisório no banco" e que Samarane "era mero empregado do banco, sem poder de conceder empréstimo ou renová-los".

Na análise da acusação de outros dois réus do Rural, Lewandowski seguiu o relator e votou pela condenação da dona do Rural, Kátia Rabello e do ex-vice-presidente João Roberto Salgado por gestão fraudulenta.

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