O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), defendeu nesta quarta-feira que o empresário Luiz Antônio Vedoin seja advertido pelo juiz federal Jefferson Schneider, de Mato Grosso, para que não dê mais entrevistas ou relate tudo o que sabe à Justiça. Vedoin é acusado de ser o chefe da máfia das ambulâncias superfaturadas.
O deputado defende até que, se necessário, seja suspenso o benefício da delação premiada, que permite redução de pena em troca de informações.
- Vedoin não pode, a cada momento, apresentar fatos novos depois de ter prestado depoimento à Justiça. Defendo que ele seja advertido e que seja dito a ele que já teve oportunidade de dizer tudo e que entregue todos os documentos à Justiça. Do contrário, ele deve perder o direito da delação premiada e ser julgado normalmente pela Justiça. Não é possível ficar dando declarações a cada fim de semana - disse Biscaia.
Um novo depoimento do empresário havia sido cogitado em razão de reportagem da revista "Época" segundo a qual o empresário teria apontado a participação de outros quatro deputados no esquema de fraudes em compras de ambulâncias por prefeituras. Segundo a revista, teriam sido citados por Vedoin o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) e os deputados José Múcio Monteiro (PTB-PE) e Luiz Piauhylino (PDT-PE). No entanto, os quatro foram inocentados pelo próprio Vedoin em ofício enviado na segunda ao presidente da CPI.
O relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas citou três senadores e 69 deputados, mas dois renunciaram aos mandatos para escapar do processo de cassação. Os demais 67 deputados responderão a processo no Conselho de Ética da Câmara. No Senado, os processos contra três acusados foram abertos na segunda-feira.
As investigações da CPI e da Procuradoria-Geral da República concluíram que 86 parlamentares estariam envolvidos no esquema, entre deputados e senadores. Desses, pelo menos 58 devem participar das eleições deste ano.
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