O dono de boate Oscar Maroni Filho, preso na madrugada de terça-feira (14) em São Paulo, chegou a promover um concurso para selecionar em várias regiões do país a "Miss Garota de Programa". O objetivo era escolher mulheres para trabalhar na boate Bahamas, em Moema, bairro nobre da zona sul da cidade. O concurso oferecia, segundo a polícia e o Ministério Público, prêmio de R$ 20 mil, uma viagem para Las Vegas, nos Estados Unidos, e "promoção na mídia" para a primeira colocada. Para a segunda colocada, o concurso pagaria R$ 10 mil, e R$ 5 mil para a terceira.

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De acordo com a denúncia, depois de atraídas para a prostituição, as garotas passaram a trabalhar na boate recebendo o valor de R$ 300 por hora de programa. Documentos apreendidos na terça-feira, segundo a polícia, indica que taxistas poderiam receber dinheiro da boate para levar clientes.

Maroni é investigado desde 2004, mas só depois que pilotos denunciaram a presença de um hotel que foi erguido por Maroni na rota dos aviões no Aeroporto de Congonhas é que o cerco se fechou contra ele. A ordem de prisão preventiva da Justiça foi dada na semana passada. A denúncia que resultou na prisão foi feita pelo promotor José Carlos Blat, por exploração e facilitação à prostituição, tráfico interno de pessoas e formação de quadrilha.

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Em 2001, Maroni obteve autorização da Aeronáutica para erguer o prédio e tinha alvará da Prefeitura para a obra. O prefeito Gilberto Kassab mandou cassar o alvará e determinou que a Prefeitura recorra à Justiça para derrubar o prédio. A Prefeitura afirma que os documentos da Aeronáutica que permitiam a construção do hotel eram falsos.

Maroni Filho divulgou um vídeo no site de seu grupo OW, ao som da música "Fera Ferida", de Roberto e Erasmo Carlos. A gravação foi feita 24 horas antes da sua prisão e dura sete minutos. No vídeo, Maroni faz ataques a Kassab e diz que está sendo alvo de "perseguições e afrontamentos descabidos". O dono de boate foi preso de pijama num flat em Moema e antes tentou fugir pela porta de emergência do 21º andar.

Na delegacia, ele apresentou um diploma de psicologia datado de 27 de julho de 1978 do Instituto Unificado Paulista, carimbado pelo MEC. Com o diploma, teve direito a ficar no 13º DP da Casa Verde, onde ficam presos com curso universitário.