São Paulo - A empresa norte-americana Boeing garantiu ontem que a proposta dirigida ao governo brasileiro para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB), que foi reformulada e será entregue até sexta-feira, "é bastante competitiva" no que diz respeito à transferência de tecnologia. Segundo o vice-presidente da Boeing para o programa F/A-18, Bob Gower, o país poderá optar pela montagem do F/A-18 Super Hornet em solo brasileiro. "Nossa posição está clara e temos um bom posicionamento em termos de preço: esperamos nossa inclusão no processo licitatório", afirmou o executivo, que participa no Brasil de uma rodada de conversas de dois dias com 140 fornecedores e potenciais parceiros. Sem dar pistas sobre números, o diretor de Desenvolvimento de Negócios do F/A-18, Mike Goggins, disse que o valor da proposta da Boeing é "muito menor" que o da proposta lançada pela francesa Dassault, estimado em algo como 5 bilhões de euros. A empresa francesa é favorita para vencer a licitação para fornecer 36 caças de combate para a FAB. A empresa sueca Saab também concorre.
Os executivos norte-americanos disseram que se comprometem a compartilhar conhecimentos tecnológicos de "tudo o que aparece no pedido da proposta" e o que for necessário para manutenção e atualização das aeronaves, incluindo requisitos relacionados a armamentos, sensores, sistemas de navegação e radares.
Gower disse ter recebido com "estranheza" a afirmação do governo francês de que haveria uma transferência irrestrita da tecnologia empregada na fabricação dos caças modelo Rafale. "Temos todas as aprovações do governo norte-americano para fabricar o Super Hornet no Brasil. Não oferecemos nenhuma tecnologia que não tenha sido permitida pelo Congresso norte-americano", enfatizou Gower.
Pela proposta dos EUA, o primeiro avião seria fabricado naquele país, com entrega prevista para 2014. Depois, o Brasil teria a opção de fazer a montagem dos demais aviões, a partir de 2015, em solo brasileiro. Pelo memorando de entendimentos assinado com 27 empresas brasileiras de aviação, a Boeing estima que poderiam ser gerados, no Brasil, cerca de 5 mil postos de trabalho na hipótese de o contrato ser assinado com a norte-americana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a anunciar no dia 7 de setembro que havia fechado um acordo com o governo francês para a aquisição dos aviões Rafales. A comunicação foi feita durante a visita do presidente da França, Nicolas Sarkozy, a Brasília, quando informou o início de negociações para a venda ao Brasil de 36 caças por U$ 7 bilhões de dólares.
O Ministério da Defesa divulgou nota no dia seguinte informando que a licitação não estava encerrada e deu prazo até a próxima segunda-feira para que os outros concorrente apresentassem novas propostas.
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