Bastidores
Nem só de protocolo foi feita a visita do presidente dos Estados Unidos. Confira algumas curiosidades que marcaram os dois dias de Barack Obama no Brasil:
Camisa 10
Logo que chegou à Gavea, no Rio de Janeiro, onde usou o campo para a aterrissagem do helicóptero que o transportava, Obama foi recebido pela presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, que vestia uma camisa do time com o número dez e o nome "Barack Obama" escrito nas costas. Ele, que estava acompanhado das filhas e da esposa, perguntou se o presente era dele. Sem hesitar, Patrícia tirou a camiseta e entregou para o presidente. "Esse dia vai ficar marcado pra sempre na minha vida. Não costumo ficar assim, mas neste caso, é impossível", disse ela.
Impressões paranaenses
Entre os convidados do almoço oferecido ao presidente Obama no sábado, no Itamaraty, estavam quatro paranaenses: os deputados Ratinho Júnior e Rubens Bueno (PPS), o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Ela, aliás, ficou surpresa com a desenvoltura da relação entre Dilma e Obama, que depois do brinde foi cercado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e, logo depois, pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP). "O pessoal brincou aqui que o Suplicy deve ter ido falar que era o pai da renda mínima e o Paulinho foi reivindicar a redução da jornada de trabalho nos Estados Unidos."
Convite recusado
O Paraná, aliás, deveria ter cinco representantes no almoço no Itamaraty. Além dos quatro presentes, foi convidado para participar do evento o deputado federal Nélson Meurer (PP). Ele, porém, decidiu ficar no Paraná. "Preferi atender o pessoal da minha terra", justificou Meurer.
A elegância de Michelle
Michelle Obama chamou atenção pela elegância desde que desembarcou no Brasil com um vestido vermelho de estampa tribal, combinado com sapatilhas azuis. A primeira-dama trocou de roupa em todos os compromissos e veio preparada para o verão: só trouxe roupas com as pernas de fora. O vestido dourado de um ombro só e comprimento no joelho escolhido para a apresentação de capoeira, que parecia bem mais curto quando ela estava sentada, se destacou entre os figurinos de sábado. No domingo, ao surgir com uma saia verde, um twin set amarelo e um colar azul só faltou o branco para completar as cores da bandeira brasileira , conquistou de vez a simpatia dos brasileiros.
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Rio de Janeiro - Num discurso recheado de elogios aos brasileiros e repleto de palavras em português, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem no Rio de Janeiro que a transição feita pelo Brasil da ditadura para a democracia é um modelo para o mundo árabe, governado há décadas por ditadores e que agora passa por um momento em que o povo exige mais liberdade. O pronunciamento de Obama foi feito no Theatro Municipal, no centro do Rio, para cerca de 2,2 mil convidados, que o aplaudiram diversas vezes.
"A transição para a democracia no Brasil, nos anos 1980, pode servir de exemplo às nações do Oriente Médio", disse Obama. "Esse é o exemplo do Brasil, um país que mostra que a ditadura pode se transformar em uma vibrante democracia, um país que mostra que a democracia leva liberdade e oportunidades ao povo."
Obama lembrou que, nos últimos meses, o mundo árabe tem sido palco de manifestações populares que pedem mais liberdade e democracia. "Em toda a região, nós vimos jovens se levantando. Uma nova geração exigindo o direito de decidir seu próprio futuro." O presidente americano citou especificamente a Líbia, país que está sendo atacado por uma coalizão de nações: "Temos visto o povo da Líbia assumir uma corajosa posição contra um regime determinado a brutalizar seus próprios cidadãos."
Obama ainda fez questão de destacar que, embora os Estados Unidos faça parte do grupo de países que ataca a Líbia, seu país irá respeitar a vontade do povo árabe. "Desde o começo, deixamos claro que a mudança que eles procuram deve ser feita por seu próprio povo. Mas, como duas nações que têm lutado por muitas gerações para aperfeiçoar suas próprias democracias, os EUA e o Brasil sabem que o futuro do mundo árabe será determinado pelo seu povo." E prosseguiu: "Ninguém sabe dizer ao certo como essa mudança irá acabar, mas eu sei que mudanças não são algo que deveríamos temer".
Exemplo de Dilma
O norte-americano ainda como exemplo a presidente Dilma Rousseff, que foi torturada pela ditadura militar brasileira, resistiu e hoje comanda o país. "A filha de um imigrante sabe o que é viver sem os direitos humanos mais básicos. Ela [Dilma] sabe o que é superar. Esta mulher é a presidente de todos aqui, é Dilma Rousseff."
Nos meios políticos e diplomáticos, a referência a Dilma foi interpretada como mais do que um simples elogio de um político a outro. Seria uma forma de mostrar que uma possível posição brasileira de defesa de nações que desrespeitam os direitos humanos, como o Irã, seria incoerente com a história da própria presidente. Durante o governo Lula, o Brasil se alinhou a países pouco democráticos. Dilma tem demonstrado, porém, que o país deve mudar esse posicionamento.
Afagos
Durante o discurso no Theatro Municipal, Obama fez ainda uma série de afagos aos brasileitos. Iniciou sua fala falando em português: "Alô", "Cidade Maravilhosa" e "todo povo brasileiro" para conquistar a plateia. Depois citou o clássico do campeonato carioca Vasco e Botafogo, disputado ontem. Chegou a ser vaiado por parte da plateia, descontente com a referência a apenas dois dos quatro principais times do Rio (os outros são o Flamengo e o Fluminense). E reconheceu que futebol é assunto muito sério no Brasil. Depois afirmou: "Como disse o cantor, o Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza", em referência a Jorge Ben Jor.
Durante seu discurso, o presidente americano ainda afirmou que o Brasil emergiu de décadas de mau desempenho para se tornar uma economia poderosa que tem muitos valores em comum com os Estados Unidos. De acordo com ele, uma antiga piada de que o Brasil seria sempre um "país do futuro" não é mais verdadeira. "Para o povo do Brasil, o futuro chegou", afirmou, sendo seguido de calorosos aplausos da plateia.
Obama disse que Brasil e EUA têm uma cultura e uma história parecidas, incluindo suas lutas contra poderes coloniais e seus povos multiculturais.
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