A Secretaria Nacional de Justiça (SNJ) enviou nesta quinta-feira (14) à Justiça dos Estados Unidos documentos que comprovariam a necessidade da manutenção do bloqueio dos mais de R$ 450 milhões referentes a pessoas investigadas pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
De acordo com a assessoria de imprensa da SNJ, o pedido do Brasil só deverá ser analisado pela "autoridade central" dos EUA entre agosto e setembro. Enquanto isso, o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, garante que os valores, supostamente transferidos de forma ilegal, continuarão bloqueados.
O prazo para a manutenção do bloqueio dos recursos venceria nesta semana. No entanto, agora o Brasil terá mais tempo. É interesse do governo brasileiro manter o dinheiro bloqueado, pois a SNJ pretende evitar que o recurso supostamente irregular finanicie atividades criminosas.
O Ministério da Justiça conseguiu bloquear em janeiro US$ 2 bilhões em contas bancárias mantidas no exterior por pessoas envolvidas com a Operação Satiagraha. No mesmo mês, Tuma havia informado que o Brasil batalharia para que a verba fosse repatriada.
Só nos EUA foram bloqueados R$ 450 milhões. Em março, porém, a Justiça dos EUA desbloqueou uma quantia da verba, sob o argumento de que não havia decisão judicial definitiva sobre o suposto envio ilegal de dinheiro nos Estados Unidos. No mês seguinte, o governo brasileiro recorreu e conseguiu o bloquei de cinco contas.
Depois de quatro anos de investigação, a PF prendeu em julho do ano passado, durante a Satiagraha, o controlador do Opportunity, Daniel Dantas, pessoas ligadas a ele, além do investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Eles são suspeitos por desvio de verbas públicas e envolvimento com crimes financeiros.
No começo de dezembro do ano passado, a Justiça Federal de São Paulo condenou o banqueiro Daniel Dantas a dez anos de prisão e R$ 12 milhões de multa, pelo crime de corrupção ativa no processo sobre a tentativa de suborno a um delegado da PF, na Operação Satiagraha. A defesa de Dantas nega o envolvimento do banqueiro nos crimes. Ele aguarda em liberdade a análise de recursos contra a condenação.
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