No campo de futebol, no movimento funk e na Parada Gay. A campanha para sensibilizar a presidente Dilma Rousseff a vetar o projeto de lei que redistribui os royalties de petróleo recebeu mais apoio no fim de semana. São novas frentes contra o projeto de lei do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado na Câmara, que pode provocar perdas de R$ 77 bilhões em receita ao estado e cidades fluminenses até 2020, além de prejudicar o Espírito Santo, também produtor de petróleo.

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O Flamengo, clube de maior torcida no país, entrou ontem em campo contra o Palmeiras, em partida pelo Campeonato Brasileiro, em Volta Redonda, carregando a faixa com a mensagem: "Veta, Dilma. Contra a injustiça, em defesa dos royalties". A faixa convoca a população para a passeata "Contra a injustiça. Em defesa do Rio", marcada para as 14h do dia 26, na Candelária.

No funk, coube a Rômulo Costa, da Furacão 2000, produzir o jingle que pretende ser o hino em defesa do estado e municípios fluminenses, encomendado pelo governador Sérgio Cabral. O funk, antecipado pelo colunista Ancelmo Gois, destaca a máxima "Veta, Dilma" na voz de Camila Pitanga. Em maio, a atriz pediu a Dilma sobre o Código Florestal, sancionado com vetos.

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A música-protesto da Furacão foi gravada na sexta-feira e é interpretada pelos MCs William e Marcelly. Além do bordão, famoso na voz de Camila Pitanga, o jingle ainda conta com a participação de Neguinho da Beija-Flor.

"O funk, embora muita gente não assuma, é a trilha sonora do Rio, mexe com todo mundo. Chega mais fácil até as pessoas, e é a melhor maneira de reforçar a mensagem", diz Rômulo. "É a nossa contribuição para o estado do Rio, porque isso é um assalto, uma tentativa de mudar as regras do jogo".

A ideia é que no dia 26, durante a manifestação na Candelária, o público endosse o coro pelo veto e cante junto: "Veta, Dilma. Seja consciente, não deixe tirar o direito que é da gente".

Essa não é a primeira vez que a Furacão 2000 e Neguinho participam de um funk sobre o tema. Em 2000, eles gravaram o batidão "O petróleo é nosso", que foi tocado na passeata organizada naquele ano pelo governo estadual.

Na 17ª Parada do Orgulho LGBT, em Copacabana, uma enorme bandeira com arco-íris, no teto do carro de som, convocava a população para a passeata.

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A concentração do evento "Contra a injustiça. Em defesa do Rio" está marcada para as 14 horas do dia 26, na Cinelândia. Será a terceira manifestação organizada na cidade pelo governador Sérgio Cabral sobre a discussão da nova distribuição dos royalties do petróleo. A primeira ocorreu em dezembro de 2010 e a segunda, em novembro do ano passado. A Secretaria estadual de Desenvolvimento estima que o Rio perderá, até 2020, R$ 77,3 bilhões. Só no ano que vem, estado e cidades fluminenses podem perder R$ 3,4 bilhões.