O advogado Rogério Buratti, que presta depoimento nesta sexta-feira na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto (SP) afirmou aos promotores que o ministro Antônio Palocci recebia propina de R$ 50 mil mensais da empresa Leão & Leão, na época em que era prefeito de Ribeirão Preto. Os recursos seriam repassados ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que os utilizaria para financiar campanhas do partido.
A informação é do promotor Sebastião Sérgio da Silveira, que fez um resumo do que foi dito até agora no depoimento. Buratti fez um acordo com promotores para revelar tudo o que sabe sobre irregularidades em prefeituras paulistas, em troca de redução de pena. Ele trabalhou como assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Segundo informou o promotor, o pagamento da propina era feito para que a prefeitura mantivesse o contrato de prestação de serviços de coleta de lixo com a Leão & Leão. Os pagamentos teriam acontecido entre janeiro de 2001 e novembro de 2002, quando Palocci deixou a prefeitura para colaborar na campanha de Lula e posteriormente ser ministro da Fazenda. O dinheiro seria recebido por um outro assessor de Palocci, chamado Ralf Barguetti, morto no ano passado vítima de câncer. Seria ele quem repassaria o dinheiro para as mãos de Delúbio.
Ainda de acordo com o que contou o promotor, depois que Palocci saiu da prefeitura, o dinheiro passou a ser recebido por Gilberto Maggione, do PL, que era vice de Palocci. Esses pagamentos teriam seguido de novembro de 2002 até dezembro de 2004. O depoimento de Buratti deve seguir até o período da tarde, segundo informou o representante do Ministério Público.
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