Brasília (Folhapress) – O deputado Paulo Rocha (PA) tornou-se ontem o sexto integrante da cúpula do PT a cair pelo escândalo do mensalão. Ele pediu afastamento do cargo de líder do partido na Câmara após a revelação de que sua assessora Anita Leocádia da Costa fez saques da conta da SMP&B no Banco Rural, no Brasília Shopping.

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Rocha saiu sem explicar a exata quantia retirada por Leocádia da conta do publicitário Marcos Valério. Há uma contradição entre o valor apurado pela CPI dos Correios, R$ 470 mil, e o que o ex-líder admitiu, R$ 300 mil. O deputado chegou a dizer que daria uma entrevista no meio da tarde para explicar a disparidade, mas voltou atrás e a desmarcou sem dar explicações. Também não foi localizado por telefone nem em seu gabinete na Câmara.

Seguindo o roteiro de explicações do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e de Marcos Valério, Rocha declarou, em nota, que o dinheiro era para pagar dívidas de campanha do diretório estadual paraense, que ele preside.

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"Na qualidade de presidente do PT no Pará, solicitamos ao companheiro Delúbio Soares auxílio para a quitação de dívidas do partido no estado. Para tanto foi disponibilizada a quantia de R$ 300 mil no ano de 2003. Por orientação do companheiro Delúbio, os recursos foram retirados junto ao Banco Rural por minha assessora Anita Leocádia", diz a nota. O valor, segundo ele, foi integralmente direcionado para as dívidas.

Em tese, Rocha está apenas licenciando-se da liderança, que assumiu há menos de seis meses. Seguindo a tradição do partido, ele exerceria a liderança por um ano, até fevereiro de 2006, quando a passaria a um colega. "Diante do exposto e com a preocupação de não causar constrangimento ao PT e à bancada, estou me licenciando do cargo de líder até a próxima reunião da bancada, na primeira semana de agosto", disse o ex-líder.

Até lá, a bancada de 91 deputados federais permanecerá acéfala, com as questões administrativas resolvidas pelos 20 vice-líderes. Ninguém no partido espera que o deputado retorne ao posto. Despontam como candidatos a líder os deputados Luiz Sérgio (RJ), Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Fernando Ferro (PE).

A situação de Rocha foi agravada por ele ter omitido, em um primeiro momento, os saques feitos pela assessora. Na semana passada, quando o nome de Leocádia veio à tona, ele disse apenas que a assessora havia visitado o Brasília Shopping para consultar em uma clínica médica. "Como se tratava de responsabilidade que envolvia o coletivo partidário, aguardei o momento adequado para me pronunciar e esclarecer os fatos à sociedade", justificou.

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