Crise aérea no Brasil
CPI faz sessão aberta e quer saber quem vazou informações de caixa-preta de avião da TAM
Governo anuncia reparos em pista; reforma definitiva só em 2008
11 aviões alertaram sobre pista antes da tragédia com Airbus
Os pilotos do vôo 3054 da TAM teriam perdido o controle da aeronave no dia 17 de julho no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o que indicaria que houve falha humana na tentativa de pouso que provocou a maior tragédia da aviação ocorrida no Brasil e na América Latina. A informação teria sido constatada com base nos dados da caixa-preta do Airbus-A320, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira (1º) pela Folha de S.Paulo. O jornal teve acesso exclusivo aos dados.
De acordo com o jornal, falhas teriam acontecido durante a operação de um dos manetes (as alavancas de controle das turbinas), que teria sido colocado em posição incorreta antes do pouso e também no momento da aterrissagem.
A hipótese de falha humana confirma as informações divulgadas pela revista Veja, de que os pilotos não conseguiram desacelerar o Airbus no momento do pouso. Contudo, a reportagem da Folha afirma que a possibilidade de ter havido pane no computador da aeronave não está descartada.
Nos últimos diálogos entre os pilotos na cabine do Airbus, um deles teria dito: "Desacelera, desacelera, desacelera!", e o outro respondido "Não dá, não dá, não dá". Por fim, um dos pilotos diria a frase já conhecida "Vira, vira, vira".
Os registros, que estão em um CD-ROM com cerca de 60 arquivos de dados e áudio, foi enviado na terça-feira (31) à CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados. Os dados estão em um cofre, onde ficarão até que os deputados definam os próximos procedimentos das investigações.
"Filme de terror"
Os militares que entregaram os áudios à CPI definiram as gravações como "um filme de terror" e pediram que os integrantes da CPI não as divulgassem. O tucano Gustavo Fruet (PR) defendeu que sejam divulgadas apenas as degravações das conversas dentro do avião, e não os áudios, que tenham interesse para a investigação.
"Pelo que o brigadeiro (representante da Aeronáutica) me disse, o conteúdo é muito pesado. Parece que as conversas são tristíssimas. Então, eu defendo que não se divulgue os áudios, apenas a transcrição das conversas para não causar mais sofrimento às famílias", disse Fruet.
Em reportagem publicada também nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de São Paulo, o brigadeiro Átila Maia repete as palavras do deputado Fruet. "Vocês vão receber um filme de terror. O que vão fazer com isso?", perguntou a um grupo de repórteres, ao deixar a sala da CPI após sessão secreta na terça-feira.
Maia, porém, afirma que não ouviu o diálogo registrado na caixa-preta e explicou que se referia à grande maioria das gravações em casos de acidentes trágicos. Segundo ele, muitas vezes os passageiros percebem a gravidade do problema e se apavoram e não tem dúvida de que desta vez não seria diferente.
O prazo dado pelo deputados da CPI à Aeronáutica para entregar todos os dados da caixa-preta termina na noite desta quarta.
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