Depois de reunião com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, e os vice-presidentes da estatal, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) contou que o banco admite a possibilidade de o extrato da conta do caseiro Francenildo Santos Costa ter saído de dentro da própria Caixa. Álvaro Dias apresentou uma cópia do extrato obtida pela CPI dos Bingos. O presidente da Caixa disse que, se o papel for reprodução fiel do documento original, o extrato só pode ter sido obtido em uma das gerências do banco, tanto de uma agência quando da sede.

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"Se essa cópia for verdadeira, não pode ter sido emitido por um posto de auto-atendimento e nem da internet."

A declaração foi confirmada pela assessoria de imprensa da Caixa.

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A Caixa informou aos senadores da CPI que abriu sindicância com prazo de 15 dias para apurar o caso, mas ressalvou que, sem o original do extrato ou a cópia enviada à revista "Época", será difícil identificar o funcionário que violou o sigilo bancário do caseiro.

O advogado Wlício Chaveiro Nascimento entregou na tarde desta terça-feira a autorização para quebra do sigilo do caseiro, limitando o acesso aos dados aos integantes da CPI dos Bingos. O advogado protocolou o documento no plenário do Senado e entregou nas mãos do senador Efraim Morais (PFL-RN), presidente da CPI. Ao receber o documento, Efraim criticou a demora dos órgãos do governo em esclarecer a responsabilidade pela quebra do sigilo.

- Quanto mais demorar, pior para a Caixa (Econômica Federal), pior para a Polícia (Federal), pior para a Justiça, para o Brasil - disse Efraim Morais.

O advogado disse que a iniciativa do caseiro é a demonstração de que a origem do dinheiro é legal e que foi depositado por seu pai biológico Eurípedes Soares. A proposta tinha sido feita na véspera pelo senador Tião Viana (PT-AC).

- O sigilo já foi completamente exposto, não tem mais nada a esconder - disse o advogado, referindo-se ao vazamento na sexta-feira passada do extrato bancário de Francenildo mostrando depósitos em sua conta na Caixa Econômica Federal, de cerca de R$ 38 mil, que ele afirma terem sido feitos por seu pai biológico.

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A reunião administrativa da CPI, nesta terça, que prometia um novo embate entre governo e oposição, foi calma. Com a ausência do relator, Garibaldi Alves (PMDB-RN), por motivo de doença, não foi votado nenhum requerimento polêmico. Nesta quarta, no entanto, a comissão pode aprovar a convocação de Jorge Mattoso. O depoimento foi proposto pelo PFL.