A Caixa Econômica Federal suspendeu os pagamentos da empresa IT7 Sistemas e da agência de publicidade Borghi-Lowe. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), as duas empresas foram usadas pelo ex-deputado federal André Vargas (sem partido, ex-PT) para receber dinheiro de propina. Vargas foi preso na 11ª fase da Operação Lava Jato acusado de corrupção, fraude em procedimento licitatório e tráfico de influência. Só em 2013, uma empresa de um irmão do ex-deputado recebeu R$ 50 milhões do banco.
Os investigadores afirmam que Vargas recebeu propinas através de dois esquemas montados na Caixa e no Ministério da Saúde. O primeiro envolveu a indicação do gerente de marketing da CEF, Clauir dos Santos. Através de sua influência na cúpula do banco, Vargas teria conseguido que a empresa de publicidade BorghiLowe vencesse contratos com o órgão. A agência subcontratava produtoras que repassavam parte da verba publicitária a duas agência de fachadas controladas por Vargas e seus irmãos.
“Há notícias de que André Vargas teria atuado para indicar o diretor de marketing da CEF, Clauir dos Santos”, aponta o Ministério Públicos Federal em seu parecer sobre o pedido de prisão do ex-deputado.
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Leia a matéria completaAlém disso, a IT7 pertencente a Leon Vargas, irmão do ex-petista, ganhou, só em 2013, R$ 50 milhões em contratos com a Caixa. Os investigadores afirmam que parte desse dinheiro foi para Vargas naquele ano. Na época, Vargas era deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados. Os dois irmãos foram presos na Operação A Origem, 11ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira.
“De acordo com o resultado da diligência de quebra de sigilo fiscal da empresa, constata-se que em 2013, ano da operação com a empresa de Meire Pozza, a IT7 recebeu vultuosas quantias de entes públicos. Somente da Caixa Econômica Federal, a IT 7 recebeu quase R$ 50 milhões”, informa a Procuradoria.
Na sexta-feira, ao deflagrar uma nova fase da Lava Jato, os investigadores retornaram aos primeiros indícios de corrupção flagrados em quebras de sigilo telefônicos do doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras e delator. Através das interceptações, a PF descobriu a ligação do criminoso confesso com três ex-deputados: Vargas, Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Côrrea (PP-PE).
Em nota, a Caixa afirma que nos relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público, que deram embasamento à Operação A Origem, “não houve nenhuma indicação de prática de irregularidades” pelo banco ou seus funcionários. A empresa informou que abriu apuração interna e que suspendeu os contratos.
“A Caixa ressalta que estão suspensos, desde sexta-feira, todos os pagamentos de serviços prestados pelas empresas IT7 e Borghi-Lowe. O banco também não autorizará a execução de novos serviços pelas empresas citadas até que sejam concluídas as investigações”.
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