Depois da deputada distrital Eurides Brito (PMDB) ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, a Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu nesta quinta-feira (24), por unanimidade, abrir processo contra outros cinco distritais, também acusados de envolvimento no chamado "mensalão do DEM". O escândalo político sem precedentes atingiu a cúpula do Executivo local, levou à prisão de José Roberto Arruda e à renúncia do seu vice, Paulo Octávio (ambos ex-DEM, sem partido).
A comissão deve solicitar ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal o inquérito completo da Operação Caixa de Pandora, que revelou o suposto esquema de distribuição de propina no DF. Os trabalhos, no entanto, ficarão atrasados com o início do recesso na Casa, previsto para a próxima quarta-feira.
A lista de investigados pela Comissão de Ética é composta pelos distritais Benício Tavares (PMDB), Rôney Nemer (PMDB), Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP) e Rogério Ulysses (sem partido).
"São casos diferentes (do de Eurides), porque, no caso deles, não houve vídeos, só conversa, áudio de alguém falando deles. Temos de levantar provas", afirmou o presidente da Comissão, Aguinaldo de Jesus (PRB). "Não é antecipar a culpa, até porque seria uma injustiça muito grande fazer tal coisa."
Dinheiro na bolsa
Eurides Brito foi a primeira deputada cassada após a revelação do esquema investigado pela Operação Caixa de Pandora. O ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente (sem partido), flagrado colocando dinheiro na meia, e Júnior Brunelli (PSC), que protagonizou com Prudente a "oração da propina", renunciaram ao mandato.
A peemedebista apareceu em vídeo colocando maços de dinheiro em uma bolsa. Em depoimento no início do ano a um jornal local, alegou que a origem do pagamento era o ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Eurides disse que Roriz a mandou ir ao gabinete de Durval Barbosa - ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema - para pegar o dinheiro de reuniões com lideranças políticas que teriam ocorrido entre maio e junho de 2006. A assessoria de Roriz nega.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano