Investimentos podem mostrar personalidade, diz consultor
A declaração de bens dos candidatos à prefeitura de Curitiba também indica que alguns optam por investir na bolsa de valores. A petista Gleisi Hoffmann, por exemplo, possui cerca de R$ 25.654 aplicados em fundos de ações e o candidato Ricardo Gomyde (PCdoB) tem R$ 69.831,00 em aplicações em fundo de investimentos.
Segundo o consultor de investimentos e autor do livro "O Sovina e o Perdulário" (Editora Campos), Raphael Cordeiro, a escolha por fundo de ações é típico de pessoas acostumadas a delegar funções a outros. Já a pessoa que investe diretamente em ações caso de Beto Richa que tem R$ 219.957,66 numa carteira de ações própria seria mais independente. "Normalmente são empresários que preferem escolher por conta própria quais ações vão comprar ou vender", comenta. (CO)
R$ 69.831
é quanto o candidato Ricardo Gomyde (PCdoB) tem em aplicações em fundo de investimentos.
Dos oito candidatos à prefeitura de Curitiba, três concentram a maioria de seus investimentos em imóveis. Ao menos é isso que mostram os documentos apresentados pelos candidatos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no início de junho. Estão nesse grupo Gleisi Hoffmann (PT), Beto Richa (PSDB) e Maurício Furtado (PV). Tirando Bruno Meirinho (PSol), que declarou não possuir bens, os outros candidatos apresentam aplicações em áreas diferentes.
O gosto dos candidatos por imóveis é algo típico do brasileiro, avalia o consultor de investimentos pessoais Cláudio Carvajal. "Brasileiro gosta de investir em imóveis e isso não deixa de ser um bom investimento. O preço do imóvel pode oscilar um pouco no mercado, mas a pessoa sempre terá a segurança de possuir aquele bem", comenta.
A declaração de bens de Gleisi Hoffmann mostra que ela tem R$ 495,5 mil cerca de 79,4% do seu patrimônio em imóveis (dois apartamentos em Curitiba no valor médio de R$ 250 mil cada um). Já Maurício Furtado tem cerca de 73% do seu patrimônio em imóveis e benfeitorias em terrenos rurais.
Beto Richa concentra 69% de seus bens em imóveis. Dos R$ 893,4 mil que o tucano declarou ter em patrimônio, R$ 617,6 mil correspondem a casas ou apartamentos. Todos estão localizados fora de Curitiba. Na declaração de Richa, não consta o apartamento em que ele vive com sua família em Curitiba, que é avaliado em cerca de R$ 1,3 milhão. Segundo a assessoria de imprensa do prefeito, o imóvel está em nome da mulher do candidato, Fernanda Richa.
Carlos Augusto Moreira Júnior (PMDB) é um dos que fogem da tendência dos candidatos à prefeitura de Curitiba de concentrar seu patrimônio em imóveis para residência ou aluguel. Em sua declaração de bens, constam apenas um apartamento em Matinhos e a casa dele em Curitiba. A soma desses bens totaliza R$ 444.287, o que não chega nem a 10% do total do patrimônio declarado pelo ex-reitor da Universidade Federal do Paraná.
A maioria dos investimentos de Moreira está concentrada em quotas de participação em clínicas de oftalmologia e outras empresas. Nessa modalidade de investimentos, está aproximadamente 69% do patrimônio do ex-reitor. Além desse valor, ainda há cerca de R$ 572,2 mil investidos nas obras de uma clínica de oftalmologia.
Dos candidatos à prefeitura de Curitiba, Moreira foi o que apresentou o maior patrimônio, R$ 5,2 milhões. Logo após a divulgação da declaração, ele enviou nota à imprensa com justificativa para o valor elevado. Segundo o peemedebista, sua declaração considera os bens que possui junto com a esposa. Além das quotas de participação em empresas, a declaração de bens do ex-reitor também conta investimentos em fundos de renda fixa e fundos de previdência. Há ainda investimentos em automóveis e títulos de capitalização.
Diferente de todos os outros candidatos, Fábio Camargo (PTB) concentra a maior parte do seu patrimônio em dinheiro vivo. Na declaração apresentada ao TRE, consta que Camargo possui R$ 214 mil em moeda corrente. Isso corresponde a 70,9% do patrimônio declarado ao Tribunal, R$ 301,8 mil. O patrimônio de Lauro Rodrigues, do PTdoB, também foge do padrão dos outros candidatos. Em sua declaração aparecem apenas dois automóveis, ambos no valor de R$ 10 mil.
Para o professor de economia da Universidade Federal de Santa Catarina Jurandir Sell Macedo, as aplicações feitas pelos candidatos não são muito diferentes das realizadas por brasileiros de classe média alta e classe alta. "Muita gente acha que os políticos são diferentes do resto das pessoas, mas não são. Eles são parte da sociedade e seguem os mesmos padrões do seu grupo." Ele lembra que dentro do perfil do brasileiro de classe média alta, além de investimentos em imóveis, também costuma haver a aplicação de dinheiro em fundos de renda fixa e fundos de ação.
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