A candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado produziu na terça-feira (20) uma primeira vítima e uma crise de relacionamento com o PT com potencial de contagiar o até agora previsível processo sucessório na Câmara dos Deputados. Com Sarney no páreo, o PT reagiu. Além de fincar pé na disputa, bancando a candidatura do senador Tião Viana (AC), o partido anunciou que fará tudo para impedir que o PMDB presida Câmara e Senado, ameaçando o favoritismo do deputado Michel Temer (PMDB-SP).
"Não há possibilidade de o PMDB, que tem apenas um quinto dos parlamentares, presidir as duas Casas", protesta a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que desembarca nesta quarta-feira (21) em Brasília. "Já tem deputados me ligando, inclusive petistas, para perguntar como é que fica, porque não aceitam que o PMDB comande sozinho o Congresso", diz a líder, convencida de que "a surpresa fora de hora de Sarney" não só constrange o PT, como pode abalar a relação entre os dois partidos. E mais: "O governo é quem vai pagar a conta de qualquer jeito.
Desautorizado pelo comando do partido, que insuflou a candidatura de Sarney, o atual presidente do Senado, Garibaldi Alves (RN), desistiu de disputar a reeleição. "Não poderia ser egoísta e expor meu partido ao risco de uma candidatura sobre a qual pairam dúvidas, quando se tem um candidato talvez até mais forte do que eu", disse na terça-feira (20) Garibaldi.
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