| Foto: ANTONIO CRUZ/ABR/

Chefe da Polícia Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira, 7, ter “absoluta certeza” de que os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, “não serão denunciados” pelas acusações do empreiteiro Ricardo Pessoa, que disse em delação premiada ter repassado dinheiro ilícito para os dois. “Conheço os dois há muitos anos e minha convicção é de que jamais se envolveriam em qualquer tipo de ato ilícito”, completou. O ministro da Justiça disse ter conversado rapidamente com a presidente Dilma sobre o assunto e tem posição que expressa “a de todos”.

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Dilma admite erros e diz que é preciso reavaliar medidas tomadas pelo governo

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Questionado se devem permanecer no governo mesmo após o pedido da procuradoria-geral da República para que sejam investigados, Cardozo afirmou que ainda não há condenação e que não cabe “prejulgamento”. “A presidente é quem decide a composição de seu ministério a qualquer tempo, então não cabe a ministro fazer juízo de valor sobre isso. O que posso afirmar é que não há indicador objetivo que leve à condenação ou ao prejulgamento de ninguém”, disse o ministro, ao deixar o desfile em comemoração ao 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios.

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Nesta segunda, com um discurso afinado com Cardozo e com outros colegas, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou que as investigações contra Edinho e Mercadante não constrangem o governo, mas afirmou que caso eles sejam de fato denunciados a situação pode mudar. “Não tem prejulgamento, então não há constrangimento”, disse. “Vamos esperar a investigação. Se fosse uma denúncia seria diferente”, disse. Questionado se caso os ministros forem denunciados, ele seria a favor do afastamento, Vagner afirmou que “se eles forem denunciados é outra questão, por enquanto vamos ficar na investigação”, reforçou.

A mesma opinião foi compartilhada pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que disse não ver nenhuma hipótese de os dois deixarem o governo. “Temos confiança total nos dois ministros. Eles são plenamente corretos. Essa é uma investigação. Não é uma denúncia”, declarou o ministro, ao lembrar que os fatos “serão esclarecidos”. “Todo esse momento deve ser encarado com tranquilidade, objetividade e dando direito deles se defenderem”, acrescentou o ministro.

No início de seu primeiro mandato, Dilma realizou o que ficou conhecido como “faxina ministerial” ao afastar ministros suspeitos de envolvimento em irregularidades como o então comandante da Casa Civil, Antonio Palocci. Na época, Palocci era responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, mas não suportou a onda de denúncias sobre seu patrimônio pessoal e pediu demissão, alegando que assim sua permanência prejudicaria a ‘continuidade do debate político’. No seu lugar, assumiu Gleisi Hoffmann.

Além da investigação que recai sobre Edinho, com base em doações eleitorais para a campanha de 2010, a PGR solicitou apurações sobre campanhas presidenciais do PT dos anos de 2010 e 2006, também mencionadas por Pessoa. Os casos foram encaminhados à Justiça Federal do Paraná, pois os nomes citados pelo delator não possuem foro privilegiado perante o STF. Cardozo destacou que o Ministério Público quer investigar “várias situações, não só do PT, mas também da oposição”. A PGR também pediu para investigar o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), com base nos depoimentos do dono da UTC. Todas as investigações são mantidas em absoluto sigilo.

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