O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse nesta terça-feira que sua permanência no comando da pasta não está vinculada a uma decisão do PR, partido ao qual está filiado. Ele disse que o cargo pertence à presidente Dilma Rousseff, que foi quem o convidou para assumir o ministério. "Não quero fazer considerações acerca das decisões do partido (PR), pois cabe ao partido tomá-la", alegou.
"Fui convidado pela presidente Dilma Rousseff e a ela pertence o cargo. Eu, que já fui servidor na gestão de vários governos, que já trabalhei com PFL, PSDB e PMDB e tenho uma vida na qual não se pode lançar dúvida, estarei pronto para servir ao governo da presidente Dilma Rousseff enquanto ela entender que eu sou a pessoa certa para conduzir o Ministério dos Transportes", afirmou.
O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), questionou o superfaturamento de R$ 720 milhões no valor das obras, conforme apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), entre 2009 e 2010. O ministro negou a existência de superfaturamento e atribuiu os aditivos e os aumentos de preços a "mudanças de características das obras" e ao aumento dos recursos repassados para o setor, mas não a irregularidades.
Paulo Passos disse que a Controladoria Geral da União está encarregada de proceder a uma auditoria no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A iniciativa foi criticada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-PR), para quem "a CGU não controla nada, não é de nada". "O senhor vai ficar sentado sobre um vespeiro", afirmou o senador tucano. O líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), entretanto, elogiou as explicações do ministro, "do ponto de vista técnico e político".