Com asfalto liso e avenidas largas, Brasília é uma das poucas metrópoles do país em que se poderia usar um carro superesportivo com relativo conforto. Mas há um senão: a cidade é a capital nacional dos radares. São mais de 900 pardais, o que dá, aproximadamente, um controlador a cada 500 m de pista. Nas vias mais rápidas o limite de velocidade é de meros 80 km/h — e já se fala em baixar para tediosos 70 km/h.
O aumento da fiscalização eletrônica e o medo da violência faz com que, no Brasil, os milionários mantenham seus supercarros parados na garagem. Nas oficinas especializadas, os defeitos mais comuns são injetores entupidos por falta de uso.
Da pequena frota de carros apreendida na Casa da Dinda, o exemplar mais raro e valioso é o Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster, modelo 2014. Este conversível italiano tem carroceria inspirada nos caças tipo stealth (de baixa detecção por radar). O modelo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em, aproximadamente, 3 segundos e alcançar 350 km/h. A tração integral ajuda o motorista a controlar toda essa potência.
Hoje, o Aventador Roadster é o segundo modelo mais caro à venda no Brasil: custa R$ 3,8 milhões, perde apenas para o Rolls-Royce Phantom. Um detalhe interessante do carro apreendido pela Polícia Federal é a placa FCL-0700 — provavelmente escolhida pelas iniciais de Collor, mais um “L” de Lamborghini e o 700 referente à potência do carro.
Já a Ferrari 458 Italia encanta Collor desde o Salão de São Paulo de 2010, quando ele entrou no estande da marca para ver o carro. Fora de linha, tem motor V8 de 570cv. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita nos mesmos 3 segundos do Aventador, mas a velocidade máxima é menor: “apenas” 325 km/h. Os últimos exemplares 0 km no Brasil foram vendidos por R$ 1,9 milhão.
A PF levou também um Porsche Panamera S, modelo alemão que parece tímido e desajeitado perto das supermáquinas italianas. É um carro enorme, com quatro portas e alto luxo. Custa R$ 693 mil.