O senador Renato Casagrande (PSB-ES), cotado para assumir a relatoria do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio CBN, que ainda não foi consultado pelo presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC). Indagado se aceitaria o cargo, o senador respondeu que ainda "não tem uma posição firmada". Os nomes de Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Marconi Perillo (PSDB-GO) também estariam sendo cogitados.

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- Ser relator desse processo não é tarefa fácil. O senador Sibá Machado até agora não me consultou. Se eu for consultado, vou discutir e dialogar com o presidente Sibá Machado. Não tenho posição firmada - declarou o senador.

Sibá disse que, no máximo até domingo, terá uma solução para o impasse e levantou a possibilidade de indicar uma comissão de três relatores para o caso. Em meio à indefinição, um grupo de parlamentares considerou a hipótese de o processo ser remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas Casagrande não vê necessidade:

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- Não creio que a coordenação da investigação deve ser através da Procuradoria Geral da República. Acredito que boa parte do que nós precisamos a Polícia Federal com auxílio da Receita Federal pode realizar. E, caso seja necessário, nós pedimos autorização (do Supremo) para que haja uma investigação mais profunda de alguns pontos que precisem de quebra de sigilo bancário ou telefônico.

Como fracassaram na tentativa de arquivar sumariamente a representação do PSOL, aliados de Renan apostam que uma tramitação demorada do processo diminua a pressão pela renúncia do presidente do Senado. Casagrande disse, no entanto, que não há espaço para qualquer tipo de manobra no Conselho.

- A correlação de forças no Conselho hoje não permite que se faça nenhuma manobra protelatória desse caso. A sociedade tem acompanhado. Não vejo condições de manobra para se protelar a apuração do caso Renan - afirmou.

O senador defendeu "o tempo necessário" para apurar as denúncias.

- Nós não poderíamos seguir naquele rito sumário que o senador Epitácio Cafeteira estabeleceu no início do processo. Nós renegamos aquele rito sumário. Mas nós também não podemos fazer com que haja um tempo muito longo de apuração. Nós temos que ter o tempo necessário para que a gente tenha condições para decidir com justiça dentro do Conselho de Ética.

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