A cúpula do PT decidiu manifestar "irrestrita solidariedade" ao ministro da Justiça, Tarso Genro, alvo de intenso bombardeio após ter concedido refúgio político ao italiano Cesare Battisti, ex-militante de esquerda acusado de quatro homicídios na Itália nos anos 70. Na primeira reunião do ano, o Diretório Nacional do partido referendou nesta terça-feira (10) uma nota divulgada pela bancada do PT na Câmara, considerando o status de refugiado político dado a Battisti como "atribuição privativa" de Tarso, assegurada pela Constituição.
"O ministro praticou um ato inerente à soberania nacional", afirma o texto do comunicado, divulgado em 1º de fevereiro e apoiada pelo Diretório do PT. A nota alega que Tarso agiu "dentro dos parâmetros da legislação internacional" observada por vários países. O partido lembra ainda que a França negou pedido de extradição feito pela Itália contra a ex-militante das Brigadas Vermelhas Marina Petrella e estranha a reação diferenciada.
"Curiosamente, a reação do governo italiano é mais branda", destaca o comunicado. Para os petistas, "só a falta de bandeiras políticas consistentes de direita pode explicar o interesse excessivo dispensado ao episódio Cesare Battisti, com o objetivo de politizar uma questão que está sendo resolvida no seu leito natural que é o Judiciário, como admite o próprio chefe de governo da Itália".
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