O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta segunda-feira (27) que deverá encaminhar à Corregedoria da Casa a denúncia de que o deputado Eugênio Rabelo (PP-CE) deu passagens aéreas para um time de futebol.

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"Vou conversar com a Mesa, mas muito possivelmente vou mandar este caso para a Corregedoria. Onde houver irregularidade ela será apurada, será investigada, se for o caso. Vou mandar para a Corregedoria todos os casos", disse o presidente da Câmara.

Rabelo admitiu ter dado passagens para jogadores, técnicos e dirigentes do Ceará para a disputa de partidas da série B do Campeonato Brasileiro de 2007. Rabelo era o presidente do clube na ocasião. O deputado argumenta que a regra anterior não impunha "restrição" ao repasse.

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Passagens no plenário

O presidente da Câmara confirmou que a decisão sobre as regras mais rígidas para as passagens aéreas pode ser feita sem a participação do plenário. Na semana passada, Temer chegou a anunciar a decisão como definitva, mas recuou e anunciou que submeteria a posição ao plenário após protestos de parlamentares. O novo recuo será decidido em uma reunião com os líderes marcada para esta terça-feira (28).

"Muito provavelmente não seja mais necessário levar ao plenário. Quando tomei a decisão de levar ao plenário foi devido à reação, para democratizar a decisão. Mas amanha reúno os líderes e se os líderes todos decidirem que pode ser por ato da Mesa a decisão não teria de ir ao plenário", disse Temer.

O peemedebista afirmou que as "ruas" influíram na melhora da aceitação das medidas moralizadoras, que proíbem o repasse de passagens para parentes e restringem os vôos internacionais.

O deputado Sílvio Costa (PMN-PE), que havia se levantado contra as regras, foi um dos que recuou após a pressão. Ele diz que as denúncias de que deputados estariam envolvidos com venda de passagens o fizeram recuar. "Minha tese estava sendo confundida com os desmandos. Como entendo que estamos em missão oficial em Brasília defendi a passagem para o cônjuge, mas minha tese estava sendo misturada com a robalheira e isso eu não aceito".

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Apesar da mudança de posição, Costa pode causar uma nova confusão. Ele disse não aceitar um acordo de líderes que retire o tema do plenário. Para o deputado, a votação tem que ser nominal, com o registro dos votos deputados. "Cada um tem que mostrar a sua cara".