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Um dia antes de a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara analisar um recurso contestando o pedido de cassação contra seu mandato aprovado pelo Conselho de Ética, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) se reuniu com colegas do seu ex-partido na sede do PT, em Brasília.

Vargas foi ao diretório petista na manhã desta segunda-feira para conversar com o presidente da legenda, deputado Rui Falcão. Segundo relatou à reportagem, a reunião não aconteceu porque Falcão comandava no mesmo horário o encontro da executiva nacional do PT. Ao final, Vargas se encontrou com os deputados Vicentinho (SP), que é líder do partido na Casa, e José Guimarães (CE). O parlamentar, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, negou que tenha tratado do processo de perda de mandato que corre no Legislativo ou mesmo que o partido esteja tentando blindá-lo. "Isso não está acontecendo. A direção do PT pediu o meu mandato", reagiu.

Outros dois parlamentares estiveram com Vargas na sede do partido, que fica em um edifício comercial na Asa Sul de Brasília: Policarpo (DF) e Rogério Carvalho (SE).

A CCJ deve votar amanhã um recurso em que a defesa do parlamentar contesta o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Casa. O relator do caso na CCJ, deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), elaborou um parecer negando o recurso. Caso seja este o entendimento da comissão, a perda do mandato do ex-petista, que não disputou a reeleição por ter se desfiliado da sigla, irá para o Plenário da Câmara.

A ligação de Vargas com o doleiro veio a público quando foi revelado, no início do ano, que ele pegou carona em um jatinho pago por Youssef. Nas investigações, ele é apontado ainda como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo coma a Polícia Federal, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro de Youssef. Vargas nega ter intermediado essa indicação.

Vargas era vice-presidente da Câmara e renunciou ao posto depois das revelações. Temendo danos eleitorais às campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos petistas no Paraná, Gleisi Hoffmann, e em São Paulo, Alexandre Padilha, a direção do PT pressionou Vargas a também abrir mão do mandato. Ele acabou pedindo desfiliação do partido.

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