A provocação que levou o advogado Sérgio Wesley da Cunha a deixar a sala da CPI do Tráfico de Armas algemado foi apenas uma da série de estocadas desferidas pelos deputados e pelo trio acusado de vazar ilegalmente gravações secretas da CPI. Na sessão, que durou mais de cinco horas, não faltaram momentos tensos, muita confusão e cenas de comédia pastelão.

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O campeão das alfinetadas foi o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Ao tentar provar a tese de que Maria Cristina Rachado ganhava muito dinheiro porque supostamente trabalha para a facção criminosa que comandou a onda de violência em São Paulo, o deputado provocou a advogada da mesma forma como fez com Sérgio:

- Recebi um recado de que o Sérgio está sem dinheiro para pagar a fiança. A senhora pode emprestar R$ 300 para ele? - perguntou.

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- Gostaria de que o senhor me tratassse com respeito - devolveu ela.

Depois, Faria de Sá negou que tenha provocado os advogados:

- Só quis provar que eles são advogados de porta de cadeia.

A prisão de Sérgio Wesley encheu de curiosos o corredor onde funciona a CPI do Tráfico de Armas. A sala da comissão também ganhou o reforço de "penetras", como o senador Magno Malta (PL-ES), que sentou na bancada dos líderes da comissão, e por lá ficou diante das câmeras por cerca de 40 minutos.

Algumas respostas dos adgovados investigados também levaram a platéia às gargalhadas. Antes de ser preso, Sérgio tentou, sem sucesso, convencer os deputados de que tem dificuldades financeiras para sustentar sua família:

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- Meu sigilo foi quebrado e quando aparecer vão (os deputados) ficar com dó e arrumar alguma coisa para eu fazer - disse.

Tímido no início, Arthur Vinícius Pilastre Silva foi se empolgando aos poucos e debochou dos advogados, a ponto de parte da platéia temer por sua segurança.

- A mentira tem tanta perna curta que às vezes a gente tropeça nela - disse para Maria Cristina após mais uma de suas contradições.

De colete a prova de balas e inscrito no programa de proteção a testemunhas, ele disse não temer pela sua vida:

- Confio na Polícia Federal.

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A frase que levou Sérgio Wesley a ser preso por desacato - "A gente aprende (a ser malandro) rápido aqui" - também virou motivo de piada. Um espectador comentou:

- Ele (Sérgio) falou duzentas mentiras e vai ser preso pela única verdade que disse.

Perguntado se a frase pode se tornar um símbolo de protesto contra o Congresso, Arnaldo Faria de Sá concordou:

- Pode sim. Com tanto mensaleiro e sanguessuga por aí...

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