Cunha: avaliação de deputados é de que ele não se salva se votação chegar ao plenário; estratégia do peemedebista é barrar o processo na CCJ.| Foto: Lula Marques/Agência PT

Após a decisão do Conselho de Ética da Câmara de recomendar a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), integrantes do Centrão, grupo de partidos com 250 deputado, já discutem quem indicar para suceder o presidente afastado da Casa. Por ser o maior bloco informal da Câmara, o grupo quer eleger o sucessor de Cunha. Os cotados são Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF) e o atual líder do governo, André Moura (PSC-SE). O curioso é que Cunha foi um dos principais articuladores do Centrão.

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Para aliados do peemedebista, a única chance de Cunha se salvar agora é se a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar um recurso que ele prometeu apresentar nos próximos dias ou um parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) mudando o rito de votação do processo por quebra de decoro parlamentar, o que permitiria a aplicação de uma punição mais branda.

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O peemedebista já começou a operar para obter maioria no colegiado. Após pressão do presidente afastado da Câmara, o PTN e o Solidariedade anunciaram na terça-feira (14) mudança em integrantes na comissão. O Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP), contra o parecer de Lira e favorável à cassação de Cunha, e o substituiu pelo deputado Lucas Vergílio (GO), que votará a favor de Cunha. Já o PTN trocou o único membro da vaga de titular a que tem direito no colegiado. A sigla substituiu o deputado Bacelar (BA), que é favorável à cassação, pelo deputado Carlos Henrique Gaguim (TO), aliado de Cunha.

Autores da representação, PSol e Rede concluíram que o resultado no Conselho de Ética deixa Cunha com poucas chances de se salvar no plenário. A previsão é de que a votação final ocorra antes do recesso de julho. “No plenário, Eduardo Cunha não tem nenhuma chance”, disse o líder do PSol, Ivan Valente (SP).