O doleiro Alberto Youssef, delator na Lava Jato, decidiu passar as festas de final de ano na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Apesar de ter conseguido o indulto de Natal, o doleiro se sentiu injustiçado com as cláusulas do acordo, que determinava que ele deveria permanecer em Curitiba ou Região Metropolitana e fixava horários predeterminados para a visita de familiares.
Já o ex-diretor da Petrobras deixou a carceragem da Polícia Feral na manhã desta quarta-feira (23) para passar as festas de final de ano com a família, no Rio de Janeiro. O indulto de Natal estava previsto no acordo de colaboração premiada firmado recentemente. Ele só volta à carceragem da PF no dia 2 de janeiro.
Cerveró chegou ao aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba, acompanhado de dois agentes da Polícia Federal e fez o check-in sem enfrentar fila. Apesar de não querer conversar com a imprensa, o ex-diretor foi simpático e não se esquivou dos fotógrafos que estavam no local. Cerveró embarcou em um voo comercial por volta das 13h30 e foi hostilizado por passageiros durante a viagem.
Desistiu
Já desistência de Youssef ocorre após a defesa do doleiro ter conhecimento das cláusulas do acordo que concedeu o indulto ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Ao contrário do doleiro, Cerveró vai passar as festas de final de ano com a família em casa, no Rio de Janeiro. “Ele [Youssef] entendeu que foi extremamente rigoroso [o acordo], que inviabilizou, ele se sentiu injustiçado pela forma como as cláusulas foram interpretadas e em razão disso ele desistiu da saída”, disse o advogado André Pontarolli.
De acordo com Pontarolli, houve uma dificuldade interpretativa no acordo de Youssef e a decisão do doleiro não tem relação com o melhor benefício obtido por Cerveró. “Não é uma questão só pessoal e comparativa entre os benefícios. Ele entendeu que para ele, a forma como foi posto, ele sentiu que essa forma não atende as expectativas dele”, explicou o advogado.
A defesa do doleiro chegou a entrar com um recurso na Justiça Federal para melhorar o benefício. “Entramos com um pedido, houve uma pequena melhoria, mas a despeito dessa melhoria ele decidiu desistir do benefício”, disse Pontarolli.
Youssef está preso desde março de 2014, quando a Lava Jato foi deflagrada. Ele firmou acordo de colaboração premiada e passou a colaborar com a Justiça.
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