Apesar de considerar muito grave a onda de violência que atingiu o Rio nesta madrugada, o prefeito Cesar Maia disse que a população deve ficar tranqüila no réveillon porque a segurança estará reforçada. Ele disse estar disposto a ajudar financeiramente o governo do estado a pagar a jornada dupla dos policiais, defendendo ainda a ajuda das forças armadas no patrulhamento das vias expressas da cidade, como a Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil.
Apesar das declarações do prefeito, o turismo do Rio, já fortemente afetado por conta do caos que se instalou nos aeroportos brasileiros nos últimos meses, deve sofrer mais um revés, depois dos atentados, que deixaram pelo menos 16 mortos. Por conta do apagão aéreo nos aeroportos do país, 5% das reservas internacionais para o réveillon nos hotéis do Rio foram canceladas, segundo dados divulgados pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Rio (ABIH-Rio), Alfredo Lopes. A estimativa é de que os atrasos nos vôos continuarem, a queda pode chegar a 10%, trazendo prejuízos de cerca de R$ 20 milhões.
Com os ataques desta madrugada, esse montante pode ser ainda maior, causando danos incalculáveis para o turismo carioca no período de alta temporada.
Os bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon - que concentram 82% dos quartos de hotéis da cidade - registram a menor taxa de ocupação hoteleira para o réveillon dos últimos cinco anos: 80,15%.
O número de turistas brasileiros que visitará o Rio na temporada de férias também deve registrar forte queda. Nos ataques desta madrugada, um ônibus da Viação Itapemirim com 28 passageiros que vinha do Espírito Santo foi incendiado e seis pessoas morreram.
Alfredo Lopes ressalta que os cancelamentos de reserva para o réveillon não aumentaram porque a maioria era de pacotes pré-pagos, mas o número de visitantes vai cair, podendo influenciar até mesmo no carnaval.
Mas para o secretário especial de Turismo do Rio, Rubem Medina, mesmo com os ataques de violência e o apagão aéreo, o réveillon na cidade não deverá sofrer nenhum baque. Em entrevista à rádio CBN, Medina afirmou que os ataques não terão muita influência no turismo da cidade, pelo menos agora.
- Mesmo com todos esses problemas nós teremos uma ocupação de 90% na cidade. É preciso dissociar a violência do turismo e fazer ações específicas de divulgação da cidade - disse o secretário, que defendeu a antecipação do uso dos investimentos do Pan na Segurança Pública e o uso da Polícia Federal e do Exército no combate a violência na cidade.
Na quarta-feira, a Polícia Militar divulgou o esquema de policiamento para o réveillon. Serão empregados para a festa de final de ano o efetivo de 14.234 policiais militares, 370 motocicletas, dois helicópteros, duas lanchas, 10 reboques e 1.307 veículos (rádio-patrulhas, PATAMO e de praia) em todo Estado do Rio de Janeiro, além do policiamento ostensivo.
Houve um acréscimo de aproximadamente 20% em relação ao efetivo aplicado no ano anterior.
Para evitar possíveis confrontos, entre os dias 30 de dezembro e 1º de janeiro, ficarão ocupadas as comunidades do Morro Dona Marta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Chapéu Mangueira e Complexo da Maré. Algumas comunidades como Pavão-Pavãozinho, Cantagalo e Morro do Estado já possuem policiamento realizado pelo GPAE (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais). As ocupações no Vidigal e Rocinha serão mantidas.
Segurança em Copacabana
Desde o dia 30 de novembro, oito hotéis de Copacabana estão utilizando o Sistema de Comunicação Integrada, com rádios ligados diretamente à Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
A rede hoteleira da região cedeu 12 rádios: cinco para o 19º BPM (Copacabana), quatro para o Batalhão de Policiamento Turístico (BPTUR), dois para a Guarda Municipal e um para o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros. Para permitir maior resultado das ações, os rádios foram distribuídos entre os centros de operações e os policiais e guardas municipais que ficam em pontos estratégicos. O mapeamento com os números dos rádios também foi enviado aos hotéis.
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