A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu processos punitivos contra os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, de Serviços, e Jorge Zelada, da Área Internacional. Os dois são suspeitos de receber "vantagens indevidas", entre elas o custeio de viagens a passeio, do empresário Julio Faerman, que representava no País a SBM Offshore, empresa holandesa que firmou contratos de US$ 27 bilhões com a estatal.
Os processos contra os dois se baseiam em elementos colhidos em sindicância já concluída pela CGU. A investigação embasou os seis primeiros processos punitivos, abertos pelo órgão nas últimas semanas. Ontem, o ministro-chefe da controladoria, Jorge Hage, anunciou mais sete processos, que têm como alvo empregados gerentes e ex-gerentes da Petrobras, suspeitos de irregularidades no relacionamento com a SBM.
Ao todo, 16 pessoas estão sendo investigadas e serão notificadas para apresentar defesa. Dessas, três são alvos de processos para apurar evolução patrimonial. A CGU não divulga os envolvidos até concluir os casos. Duque e Zelada já foram notificados.
Ao pesquisar registros de entrada e saída no País e listas de passageiros de companhias aéreas, o órgão comprovou que os dois ex-diretores fizeram em 2011 uma excursão de seis dias para vinícolas argentinas, em Mendoza, a convite de Faerman. As mulheres deles também participaram da viagem. O caso foi revelado pelo Estado em junho.
Concreto
Hage disse que a estadia na Argentina é o caso mais "concreto" entre as viagens apuradas pelo órgão. "É a mais ostensiva, a mais concreta. Mas há outras viagens em conjunto, em datas muito próximas, e que não eram viagens a serviço", comentou o ministro.
A CGU apurou também situações de vazamento de informações sigilosas para o representante da SBM e suspeitas de enriquecimento ilícito. Por ora, o órgão ainda não obteve de autoridades suíças e holandesas a lista dos servidores da Petrobrás que teriam recebido propina de Faerman em dinheiro.
O Ministério Público da Holanda alega que só pode colaborar com investigações judiciais, e não administrativas, como é o caso. Segundo Hage, uma das condições para que o governo brasileiro aceite acordo de leniência com a SBM, ainda em discussão, é a entrega de todos os nomes.
A assessoria de Duque informou que ele foi notificado pela CGU e está à disposição para esclarecimentos. Zelada não foi localizado ontem. À CPI mista da Petrobrás, ele confirmou a viagem, mas disse que a pagou do próprio bolso. A SBM nega ter pago a viagem. O advogado de Julio Faerman não respondeu aos telefonemas da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião