Flagrada em conversas gravadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu demissão do cargo. Ela entregou ao governador a carta de exoneração na noite de terça-feira (3), depois que a assessoria do governo foi procurada pela imprensa pedindo explicações sobre o envolvimento de Eliane com o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Segundo relatório da Operação Monte Carlo da PF, Cachoeira trocou telefonemas e mensagens com Eliane que, como o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM), também foi presenteada com um telefone criptografado comprado no exterior para poder falar com o contraventor. Cachoeira usou o mesmo esquema de acesso a policiais para repassar informações sobre ações da PF à construtora Delta, conforme revelou nesta quarta-feira O GLOBO.
Na carta, Eliane sustenta não ser ela que a pessoa que aparece nas gravações conversando com Cachoeira. Na terça-feira, no entanto, admitiu que conhecia o contraventor desde 2003 e que até tinha um aparelho Nextel, mas que o equipamento não tinha sido dado por Cachoeira.
Numa das conversas com Eliane, Cachoeira antecipa informações sobre a operação Apate, desencadeada dia 13 de maio do ano passado, em Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais. A operação teve como objetivo combater um esquema de fraude contra a Receita Federal, do qual participavam prefeituras.
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