PT, PC do B e Pros lançaram oficialmente na manhã desta quarta-feira (17) a candidatura do petista Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara dos Deputados. Sem a presença do PDT, que havia inicialmente confirmado o apoio, Chinaglia admitiu a dificuldade de assumir uma candidatura tardia enquanto o outro concorrente, o peemedebista Eduardo Cunha (RJ), já faz campanha aberta e deve agregar nesta quarta-feira novos apoios, entre eles o do DEM. "Tenho consciência de que sou visto quase como um azarão", comentou o petista.
Diante da pressão dos partidos de oposição para a criação de uma nova CPI da Petrobras no próximo ano, Chinaglia disse que, se forem obtidas as assinaturas necessárias, caberá ao Congresso instalar a nova comissão. Cunha já declarou que considera inevitável a nova CPI diante das novas revelações da Operação Lava Jato. "A CPI tem que cumprir com o ordenamento exigido: conseguiu o número de assinaturas, as assinaturas conferem e não tem outra CPI na frente, elas são instaladas, não há discussão", respondeu.
Em um ato no Salão Verde da Câmara dos Deputados, os aliados fizeram questão de dizer que não se tratava de uma candidatura do PT ou do governo, mas do representante de um grupo. "A Câmara está acima de interesses pessoais e não republicanos", declarou a líder do PCdoB, Jandira Feghali (PCdoB).
Em seu discurso, Chinaglia falou que o presidente da Casa precisa agir com imparcialidade, respeitando a Constituição, o regimento interno e o plenário, e que não pode atuar de forma isolada. Falando em promover uma disputa honesta, limpa e respeitando a vontade da maioria, ele destacou que a democracia não concebe um "Parlamento fraco" e disse que "não há como conviver eternamente sem conflito com qualquer outro Poder". O petista também defendeu que a Câmara amplie o contato com as demandas da sociedade e que aprofunde a discussão de alguns temas, como a segurança pública.
Segundo o candidato, o PT e seus aliados demoraram para lançar um nome porque a prioridade era aprovar matérias e reconstruir a unidade da bancada.
Chinaglia acredita que a oficialização de um candidato do PT após a polarização na campanha presidencial comprometeria sua candidatura.
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