O futuro ministro da Saúde e secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro, vai entregar à Comissão de Ética da Presidência da República, em Brasília, antes de assumir o cargo, cópia do comprovante de desligamento dele da empresa de consultoria que possui na área de saúde. Chioro está providenciando o documento. Até agora, Arthur Chioro está confirmado na comitiva da presidente Dilma Rousseff durante viagem que ela fará à Cuba a partir do fim de semana.

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Chioro é dono de uma empresa que prestava consultorias para prefeituras paulistas comandadas pelo PT. A Lei Orgânica municipal veda secretários municipais de serem donos de empresas que mantêm contratos com entes públicos.

No Planalto, as informações são de que as denúncias publicadas pela imprensa de que o Ministério Público de São Paulo está investigando Chioro por ser sócio majoritário de uma empresa que presta consultoria na área de saúde para diversas cidades governadas por petistas não criaram problema ou constrangimento ao governo.

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Nesta quarta-feira (22) depois da publicação de denúncias de que Chioro estava sendo acusado de improbidade administrativa por causa do trabalho de consultoria prestado pela empresa de sua propriedade à prefeituras do estado, principalmente as petistas, auxiliares da presidente Dilma aconselharam Chioro a consultar a Comissão de Ética para evitar problemas futuros.

Chioro foi aconselhado ainda a se explicar, publicamente, para acabar com a polêmica. Ainda nesta quarta, o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, saiu em sua defesa. Chioro irá conceder entrevista coletiva às 11 horas, na Secretaria de Saúde em São Bernardo.

A manutenção de Chioro na viagem a Cuba com Dilma é sinal claro de que este tipo de denúncia em nada abalou a situação dele perante a presidente. A não ser que surja algum outro problema, que seja de fato grave, Chiro tomará posse na Saúde assim que a presidente oficializar a reforma ministerial. Na entrevista, Chioro vai anunciar o desligamento da empresa, o que, em tese, encerraria o problema de conflito de interesses apontado pelo Código de Conduta da Administração Pública, de acordo com assessores palacianos.

Padilha se diz feliz com escolha de sucessor

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta quarta-feira ter ficado "muito feliz" com a escolha da presidente Dilma Rousseff em indicar Chioro como seu sucessor na pasta. De saída do cargo para concorrer ao governo de São Paulo, ele disse que na terça-feira deixou à disposição de Chioro a atual secretária-executiva da pasta, Márcia Aparecida Amaral, para fazer "todo o processo de transição".

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Para Padilha, a transição será "normal" e "muito tranquila", porque o secretário municipal paulista é "da casa" - ele já ocupou um cargo no ministério no governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu sempre disse que a presidente Dilma ia escolher o melhor substituto, o melhor sucessor e eu ficaria feliz", afirmou.

O ministro disse que até março o Ministério vai atingir a meta de ter 13 mil médicos pelo programa e que, se for necessário, realizará um novo chamamento público de candidatos. No mês que vem, disse, novos profissionais vão entrar para o programa, que contará com 7,5 mil médicos.

Além de agradecer a vinda dos profissionais cubanos, o ministro disse que a viagem também tratará da transferência de tecnologia daquele país de 19 produtos para o Brasil.