O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) publicou nesta quinta-feira (15) em seu site pessoal um artigo cobrando do PSB uma posição sobre sua candidatura à Presidência da República. No texto, ele reclama da indefinição do partido e critica o fato de burocracias partidárias decidirem as opções que serão apresentadas à população na eleição.
O G1 entrou em contato com a assessoria do PSB e foi orientado a procurar o governador Eduardo Campos (PE), que preside o partido. A reportagem, no entanto, não conseguiu contato com a assessoria do governador.
Ciro começa seu artigo reclamando de não ter seu futuro definido ainda. "Jamais imaginei, após 30 anos de vida pública, viver uma situação política como a em que me encontro. A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias, que formalizam as candidaturas às eleições gerais de 2010, não consigo entender o que quer de mim o meu partido - o Partido Socialista Brasileiro."
O deputado lembra de seu posicionamento em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais e diz que, por este critério, poderia estar falando por cerca de 15 milhões de eleitores. Ele afirma que o partido "só teria a ganhar" com sua candidatura e voltou a criticar a polarização entre PT e PSDB. "É fato notório o mal que faz ao Brasil esta polarização amesquinhada, porém mutuamente conveniente, entre o PT e o PSDB."
Ele questiona se não seria correto apresentar ao eleitor outras opções e critica as burocracias partidárias. "Lembremo-nos de que, por regra, as burocracias partidárias se eternizam, o que quer dizer que basta a ação de pressão e/ou ofertas fisiológicas sobre uma mera meia dúzia de pessoas. Assim mesmo: sobre seis pessoas fechadas e isoladas em gabinetes de Brasília ou de São Paulo pode-se hoje definir as opções todas a serem escolhidas pelo povo nas eleições. Isto não é, infelizmente uma hipótese. É o que está acontecendo no Brasil aqui e agora. Omitir-se sobre isto é criminoso!"
O deputado destaca que o sistema eleitoral prevê dois turnos para privilegiar a diversidade de candidaturas e questionou os rumos de seu partido. "O que é o PSB? Um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil? Vai se decidir isto agora".
No encerramento do artigo, Ciro afirma que cumprirá a decisão do PSB, mas ressalta que irá lutar até o fim para ser candidato. "Eu cumprirei com disciplina e respeito democrático o que decidir meu partido. Respeito suas lideranças. Mas, tenham meus companheiros clareza: eu não desisto! Considero meu dever com o Brasil, lutar até o fim. Se for derrotado, respeito. Mas amanhã algum brasileiro mais atento dirá que alguns não se omitiram quando se quis tirar o povo da jogada".
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